segunda-feira, 6 de junho de 2011

Entrevista com Lisa Gandsky - autora do The Mesh

publicado por Gui Brammer às 06:53 pmAmigos Verde$,


Vejam a entrevista na integra abaixo e também um video com sua palestra no TED dos EUA.







Inovação Verde: Como a idéia do The Mesh apareceu para você? E em quanto tempo levou para ganhar espaço no mercado norte-americano?



Lisa Gansky: Em primeiro lugar a idéia do The Mesh surgiu para mim quando percebi que muito do que nós possuímos como profissionais, comunidades e indivíduos, não utilizamos freqüentemente. O custo de posse, não parece alinhado com o valor em muitos casos.

Em segundo lugar, nos dias atuais pessoas e negócios estão conectados como nunca antes. Isto nos dá a oportunidade de criar mais interações, colaborações e transações comparado com o passado.

A tecnologia nos dá a possibilidade de compartilhar e acessar bens de consumo e serviços de forma mais conveniente e muitas vezes com custos menores do que possuir estes itens.

The Mesh, o livro, e o conceito por traz dele foi lançado em 2010 nos EUA.

Estou encantada como a idéia sobre The Mesh está movimentando muitas pessoas pelo mundo.

O portal The Mesh Directory (diretório The Mesh), começou com programas e empresas que eu fundei, e também empresas que pesquisei para escrever o livro, e em 5 anos, posso dizer que este tipo de programa mais que triplicou!

Novas organizações e empresas estão aderindo todos os dias e já está além das fronteiras dos EUA!

Existem empresas Mesh na Europa, Asia, Americas e Oriente Médio. Além disto, o interesse em comunidades e economias Mesh parece estar inspirando pessoas a pensar sobre suas vidas, cidades e negócios.



IV: Qual será o impacto do projeto no mercado, onde o consumismo em massa toma conta?



LG: Nem tudo terá a característica de Mesh, cada um de nós irá escolher em ter bens quando isto realmente tiver uma lógica por trás, ou simplesmente continuaremos mantendo a necessidade de posse para tudo, como é atualmente. Mas em muitos casos, as pessoas estão descobrindo que existe valores escondidos em coisas que historicamente era considerada como lixo! Isto é verdade para lixos físicos como também por ações que criaram o lixo financeiro (crise economica). Para ilustrar, existem inúmeras empresas que recuperam seu lixo oriundo dos seus produtos e acham meios de criar parcerias e novos produtos produzidos com o lixo original.

Estas atividades tem no mínimo 3 efeitos positivos:

1- Mais lucros para a empresa devido a venda destes novos produtos

2- Melhor percepção da marca no mercado, pois a empresa se mostra mais responsável

3- Menos stress no planeta



Claro que pessoas ainda irão querer possuir coisas. Eu acredito que designers e empresas inovadoras já começaram a desenvolver melhores produtos que terão como função principal o compartilhamento/empréstimo.

Estes novos produtos que tem a idéia do The Mesh em sua concepção, irão ter a características de reparo e manutenção mais fáceis, o que os manterão sempre atualizados e reduzirá dramaticamente o lixo gerado.



Outro tipo de desperdício está sendo covertido em verdadeiras economias no modelo Mesh, quando comunidades, cidades e negócios compartilham falhas e sucesso. Quando alguém descobre uma abordagem ou serviço que não funciona e este aprendizado é compartilhado para todo mundo, isto reduz desperdício quando novos negócios ou cidades podem aprender com o que aconteceu anteriormente.

Um bom exemplo é a Velib, empresa de empréstimos de bicicletas em Paris. Este conceito e serviço iniciou em Lion, em 2005. Eles aprenderam com um projeto piloto e depois levaram para Paris em 2007. Era um programa ousado, e Paris aprendeu muito com isto.

O Serviço Velib, se tornou muito conhecido e muitas pessoas pelo mundo já aderiram, escreveram ou aprenderam com ele. Depois do projeto em andamento, nenhuma outra empresa similar cometeu os mesmos erros.

Projetos Mesh ou de compartilhamento nos permite beneficiar por estarem conectados e dividirem nosso aprendizado.



IV: Quantos usuários já fazem parte do portal The Mesh no mundo? E que tipo de negócios são mais procurados?

LG: Já existem mais de 3.600 negócios no The Mesh Directory hoje que representam mais de 40 países.

Existem 30 categorias no diretório que incluem: moda, finanças, comida, energia, transporte e claro, lixo.

Eu acredito que as empresas que comentei anteriormente e comunidades Mesh, ShareSomeSugar, Neighborgoods, irão continuar a vencer e experimentar novas ofertas/serviços e lógico mais modelos sustentáveis.



IV: Qual sua expectativa para The Mesh no mercado brasileiro?

LG: Brasil é um país que já possui The Mesh em seu coração, e talvez de forma mais sensível que nos EUA.

Os brasileiros adotam tecnologias mas mantém um equilíbrio em suas vidas pessoais.

Eu já vejo o Brasil muito Mesh. Em parte, a incorporação de projetos com características de “open source”como parte da cultura do país favorece projetos de compartilhamento. Além disto, grandes cidades são solos férteis para projetos Mesh e compartilhamento, pois existem mais pessoas vivendo fisicamente mais próximas umas das outras, então, menos espaço - menos coisas, mas precisamos reduzir experiências que queremos ter e a diversão que poderemos experimentar, aprendendo a criar acesso para coisas sem necessariamente possuí-las.

Na minha opinião, isto combina muito bem com a realidade brasileira e o approach para os negócios e a vida dos brasileiros.

Estou longe de ser uma expert em Brasil, embora eu estou muito ansiosa em trabalhar com os brasileiros.

E você, o que você pensa? Como o Brasil receberá The Mesh?





Tags: gui brammer inovação verde The Mesh(1) Comentário

Get Shareaholic01 Comentário para “entrevista com Lisa Gansky – autora de The Mesh”

Em 22 de mar de 2011 às 7:14 pm

Fabiano Facó da Empresa Habitante Verde disse:

Excelente! De novo o ser humano mostra que precisa estar sempre tombando para aprender e dar passos em prol da evolução! Uso por demanda e pouca posse será o ponto de equilíbrio para conter o consumo exarcebado!



Abraços Verde$, facó

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MAR

entrevista com Lisa Gansky – autora de The Mesh

publicado por Gui Brammer às 06:53 pmAmigos Verde$,

é com muita honra que apresento uma entrevista com a autora do livro The Mesh, Lisa Gansky.

Lisa estará no Brasil no final desta semana para lançar seu livro e também participar de um evento na USP, onde o tema The Mesh será explorado.

Vejam a entrevista na integra abaixo e também um video com sua palestra no TED dos EUA.







Inovação Verde: Como a idéia do The Mesh apareceu para você? E em quanto tempo levou para ganhar espaço no mercado norte-americano?



Lisa Gansky: Em primeiro lugar a idéia do The Mesh surgiu para mim quando percebi que muito do que nós possuímos como profissionais, comunidades e indivíduos, não utilizamos freqüentemente. O custo de posse, não parece alinhado com o valor em muitos casos.

Em segundo lugar, nos dias atuais pessoas e negócios estão conectados como nunca antes. Isto nos dá a oportunidade de criar mais interações, colaborações e transações comparado com o passado.

A tecnologia nos dá a possibilidade de compartilhar e acessar bens de consumo e serviços de forma mais conveniente e muitas vezes com custos menores do que possuir estes itens.

The Mesh, o livro, e o conceito por traz dele foi lançado em 2010 nos EUA.

Estou encantada como a idéia sobre The Mesh está movimentando muitas pessoas pelo mundo.

O portal The Mesh Directory (diretório The Mesh), começou com programas e empresas que eu fundei, e também empresas que pesquisei para escrever o livro, e em 5 anos, posso dizer que este tipo de programa mais que triplicou!

Novas organizações e empresas estão aderindo todos os dias e já está além das fronteiras dos EUA!

Existem empresas Mesh na Europa, Asia, Americas e Oriente Médio. Além disto, o interesse em comunidades e economias Mesh parece estar inspirando pessoas a pensar sobre suas vidas, cidades e negócios.



IV: Qual será o impacto do projeto no mercado, onde o consumismo em massa toma conta?



LG: Nem tudo terá a característica de Mesh, cada um de nós irá escolher em ter bens quando isto realmente tiver uma lógica por trás, ou simplesmente continuaremos mantendo a necessidade de posse para tudo, como é atualmente. Mas em muitos casos, as pessoas estão descobrindo que existe valores escondidos em coisas que historicamente era considerada como lixo! Isto é verdade para lixos físicos como também por ações que criaram o lixo financeiro (crise economica). Para ilustrar, existem inúmeras empresas que recuperam seu lixo oriundo dos seus produtos e acham meios de criar parcerias e novos produtos produzidos com o lixo original.

Estas atividades tem no mínimo 3 efeitos positivos:

1- Mais lucros para a empresa devido a venda destes novos produtos

2- Melhor percepção da marca no mercado, pois a empresa se mostra mais responsável

3- Menos stress no planeta



Claro que pessoas ainda irão querer possuir coisas. Eu acredito que designers e empresas inovadoras já começaram a desenvolver melhores produtos que terão como função principal o compartilhamento/empréstimo.

Estes novos produtos que tem a idéia do The Mesh em sua concepção, irão ter a características de reparo e manutenção mais fáceis, o que os manterão sempre atualizados e reduzirá dramaticamente o lixo gerado.



Outro tipo de desperdício está sendo covertido em verdadeiras economias no modelo Mesh, quando comunidades, cidades e negócios compartilham falhas e sucesso. Quando alguém descobre uma abordagem ou serviço que não funciona e este aprendizado é compartilhado para todo mundo, isto reduz desperdício quando novos negócios ou cidades podem aprender com o que aconteceu anteriormente.

Um bom exemplo é a Velib, empresa de empréstimos de bicicletas em Paris. Este conceito e serviço iniciou em Lion, em 2005. Eles aprenderam com um projeto piloto e depois levaram para Paris em 2007. Era um programa ousado, e Paris aprendeu muito com isto.

O Serviço Velib, se tornou muito conhecido e muitas pessoas pelo mundo já aderiram, escreveram ou aprenderam com ele. Depois do projeto em andamento, nenhuma outra empresa similar cometeu os mesmos erros.

Projetos Mesh ou de compartilhamento nos permite beneficiar por estarem conectados e dividirem nosso aprendizado.



IV: Quantos usuários já fazem parte do portal The Mesh no mundo? E que tipo de negócios são mais procurados?

LG: Já existem mais de 3.600 negócios no The Mesh Directory hoje que representam mais de 40 países.

Existem 30 categorias no diretório que incluem: moda, finanças, comida, energia, transporte e claro, lixo.

Eu acredito que as empresas que comentei anteriormente e comunidades Mesh, ShareSomeSugar, Neighborgoods, irão continuar a vencer e experimentar novas ofertas/serviços e lógico mais modelos sustentáveis.



IV: Qual sua expectativa para The Mesh no mercado brasileiro?

LG: Brasil é um país que já possui The Mesh em seu coração, e talvez de forma mais sensível que nos EUA.

Os brasileiros adotam tecnologias mas mantém um equilíbrio em suas vidas pessoais.

Eu já vejo o Brasil muito Mesh. Em parte, a incorporação de projetos com características de “open source”como parte da cultura do país favorece projetos de compartilhamento. Além disto, grandes cidades são solos férteis para projetos Mesh e compartilhamento, pois existem mais pessoas vivendo fisicamente mais próximas umas das outras, então, menos espaço - menos coisas, mas precisamos reduzir experiências que queremos ter e a diversão que poderemos experimentar, aprendendo a criar acesso para coisas sem necessariamente possuí-las.

Na minha opinião, isto combina muito bem com a realidade brasileira e o approach para os negócios e a vida dos brasileiros.

Estou longe de ser uma expert em Brasil, embora eu estou muito ansiosa em trabalhar com os brasileiros.

E você, o que você pensa? Como o Brasil receberá The Mesh?





Tags: gui brammer inovação verde The Mesh(1) Comentário

Get Shareaholic01 Comentário para “entrevista com Lisa Gansky – autora de The Mesh”

Em 22 de mar de 2011 às 7:14 pm

Fabiano Facó da Empresa Habitante Verde disse:

Excelente! De novo o ser humano mostra que precisa estar sempre tombando para aprender e dar passos em prol da evolução! Uso por demanda e pouca posse será o ponto de equilíbrio para conter o consumo exarcebado!



Abraços Verde$, facó

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