quinta-feira, 31 de março de 2011

O Conceito de rede colaborativa local - Fabio Ribas

18.5.2007

Naquele que pode ser considerado um dos estudos mais profundos até aqui produzidos sobre o significado e a importância do fenômeno das redes na sociedade contemporânea, Castells afirma: “Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades, e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura. Embora a forma de organização social em redes tenha existido em outros tempos e espaços, o novo paradigma da tecnologia da informação fornece a base material para sua expansão penetrante em toda a estrutura social. Além disso, eu afirmaria que essa lógica de redes gera uma determinação social em nível mais alto que a dos interesses sociais específicos expressos por meio das redes: o poder dos fluxos é mais importante que os fluxos do poder. A presença na rede ou a ausência dela e a dinâmica de cada rede em relação às outras são fontes cruciais de denominação e transformação de nossa sociedade: uma sociedade que, portanto, podemos apropriadamente chamar de sociedade em rede, caracterizada pela primazia da morfologia social sobre a ação social”. (1)



A Rede Colaborativa Local se define como um processo de captação, articulação e otimização de energias, recursos e competências, capaz de gerar um sistema de relacionamentos que organiza indivíduos e instituições de forma igualitária, em torno de um objetivo ou agenda comum de caráter público.



Assumindo a lógica das redes, a rede colaborativa se reveste do potencial revolucionário apontado por Castells, mas busca, todavia, canalizar o 'poder dos fluxos' para o alcance de finalidades sociais que justificam a sua criação: por exemplo, a melhoria das condições de vida de crianças e adolescentes. Neste caso, a rede colaborativa assume o caráter de rede ativa, comprometida com mudanças sociais locais.



Alguns significados da Rede Colaborativa Local estão contidos na seguinte definição: “Redes são sistemas organizacionais capazes de reunir indivíduos e instituições, de forma democrática e participativa, em torno de objetivos e/ou temáticas comuns. Estruturas flexíveis e cadenciadas, as redes se estabelecem por relações horizontais, interconexas e em dinâmicas que supõem o trabalho colaborativo e participativo. As redes se sustentam pela vontade e afinidade de seus integrantes, caracterizando-se como um significativo recurso organizacional, tanto para as relações pessoais quanto para a estruturação social”. (2)



A RITS - Rede de Informações do Terceiro Setor (3) - define três categorias de redes: 1) redes temáticas - que se organizam em torno de um tema, segmento ou área de atuação das entidades e indivíduos participantes; 2) redes regionais - que têm em uma determinada região ou sub-região o ponto comum de aglutinação dos parceiros; 3) redes organizacionais - que congregam instituições autônomas filiadas (federações, associações de entidades etc.) ou organizações autônomas e/ou dispersas territorialmente.



A Rede Colaborativa Local contém os atributos dos três tipos de rede acima citados: 1) possui um foco temático (questões da área da criança e do adolescente); 2) sua base territorial é um município; 3) seus agentes são as organizações que atuam no espaço local. Desta forma, a Rede Colaborativa Local adquire a dimensão mais ampla de rede organizacional orientada para a ação e interessada na melhoria das condições de vida da população em uma comunidade geográfica definida. Sua característica central é colaboração participativa estruturada para promover mudanças sociais.



O processo de formação de redes colaborativas envolve a busca de superação de interesses corporativistas, de relações de dependência e da tradição hierárquica e clientelista que ainda marcam as relações sociais e intersetoriais, sobretudo no nível municipal. Redes abertas permitem que as informações possam ser compartilhadas por todos, sem canais reservados, e favorecem a formação de uma cultura de cooperação que fortalece, ao mesmo tempo, a autonomia dos participantes.



As redes funcionam melhor se, entre seus membros, se aprofunda a colaboração, a solidariedade, a transparência e a co-responsabilidade. A construção de redes colaborativas envolve um processo de aprendizado que, gradativamente, possa superar: - A tendência a uma atuação mais baseada no esforço e no sucesso individuais do que na cooperação e valorização dos resultados obtidos conjuntamente. - A tendência de trabalhar para e não com a comunidade, derivada da cultura assistencialista ainda predominante em boa parte das empresas, entidades sociais e órgãos governamentais. - A tendência de se procurar as causas dos problemas unicamente em fatores externos ao município e de subestimar os recursos e potencialidades locais como fontes de solução para os problemas. - A tendência de que as ações da rede sejam anexadas ou subordinadas aos interesses de organizações tradicionalmente dominantes no município, ou de que se busque uma integração automática das ações ao invés de uma articulação que possa garantir o efetivo crescimento coletivo.



Para tanto, a Rede Colaborativa Local deve operar segundo um modelo de ação comunicativa e compartilhada, na qual “o poder resulta da capacidade humana não somente de agir ou de fazer algo, como de unir-se a outros e atuar em concordância com eles” (4). Este modelo de ação se contrapõe ao modelo instrumental de gestão e tomada de decisão, que se baseia essencialmente na manipulação de meios ou no uso de sanções que possam influenciar o comportamento alheio. Enquanto no modelo instrumental os agentes, via de regra, competem num determinado espaço social ou mercado com vistas ao próprio sucesso, no modelo comunicativo e compartilhado os participantes estão orientados para alcançar consensos de forma não-coercitiva. Contrapondo-se aos modelos baseados em relações impositivas, algumas definições de rede falam na importância da criação de relações horizontais entre os agentes. Porém, a atuação em rede colaborativa requer um tipo de interação e comunicação que pode ser mais bem denominada como “transversal”.



A comunicação transversal se opõe quer à verticalidade dos contatos regulados por posições hierárquicas ou status privilegiados socialmente adquiridos (que reproduzem relações de subordinação e obediência), quer à horizontalidade dos contatos que se desenvolvem pela mera coexistência num espaço comum (que não criam novos vínculos capazes de transformar a realidade). A transversalidade tende a se realizar “quando uma comunicação máxima se efetua entre diferentes níveis e, sobretudo, nos diferentes sentidos” (5), ou seja, quando a comunicação é uma busca conjunta de compreensão do significado e da importância que os diferentes agentes atribuem aos objetivos que justificam sua participação na rede.



Operada segundo os princípios do diálogo e da busca do consenso em torno de prioridades coletivamente estabelecidas, a Rede Colaborativa Local deve atender fundamentalmente a três exigências: - Legitimidade: constituir-se como uma rede de nítido caráter público e compromisso com a busca de melhores condições de desenvolvimento para crianças e adolescentes, aberta à participação de todos os setores, orientada para cooperação e promoção do bem-comum, disposta a exercer uma ação articulada à do Estado e a disseminar, de forma ampla, transparente e eqüitativa, as informações e recursos que puder mobilizar. - Efetividade: conseguir extrair todas as implicações positivas do conceito de rede, evitando a burocratização das suas atividades, mobilizando e sustentando constantemente parcerias e garantindo a otimização de recursos e o seu direcionamento eficaz. - Sustentabilidade: estabelecer-se como processo permanente e auto-regulado de mobilização, garantindo a preservação da identidade dos agentes no processo de construção da rede, organizando um mecanismo adequado de coordenação e reposição das suas atividades.



Notas:

(1) Castells (1999).

(2) Olivieri (2002).

(3) www.rits.org.br

(4) Arendt (1970).

(5) Guattari (1985).



Bibliografia citada:

ARENDT, H. Poder e violência. Munique, 1970.

CASTELLS, M. A sociedade em rede (A era da informação: economia, sociedade e cultura; v. 1). São Paulo: Paz e Terra, 1999.

GUATTARI, F. Revolução molecular. São Paulo: Brasiliense, 1985.

OLIVIERI, L. A importância histórico-social das redes. In: Manual de redes sociais e tecnologia. São Paulo: CONECTAS/Friedrich Ebert Stiftung, 2002.



(Texto originalmente escrito pelo autor para o projeto “Rede Colaborativa Sabará”, elaborado pela Prattein)

sábado, 26 de março de 2011

Comunidade

Atenção: este artigo foi traduzido automaticamente, ainda não está editado.

Para outros usos, veja Comunidade (disambiguation).

Em termos biológicos, a comunidade é um grupo da interação organismos compartilhar ambiente. A comunidade da palavra é derivada do Latin communitas (significando o mesmo), de que por sua vez é derivado communis, que significa a “terra comum, o público, compartilhou por tudo ou por muitos”.[1] Communis vem de uma combinação do prefixo Latin COM (que significa “junto”) e a palavra munis (que tem que fazer com executar serviços).



Em humano comunidades, intenção, opinião, recursos, preferências, necessidades, riscos e um número outras de circunstâncias podem ser atuais e terra comum, afetar identidade dos participants e de seu grau de coesividade. Tradicional dentro sociology, uma “comunidade” foi definida como a grupo dos povos de interação que vivem em uma posição comum. Entretanto, a definição da palavra “comunidade” evoluiu para significar os indivíduos que compartilham de características, não obstante sua posição ou o grau de interação. Veja também comunidade do interesse.



Índices

1 Perspectives das várias disciplinas

1.1 Sociology

1.1.1 Gemeinschaft e Gesellschaft

1.1.2 Indivíduo e comunidade

1.1.3 Capital social

1.2 Psychology

1.2.1 Sentido da comunidade

1.3 Anthropology

1.4 Filosofia social

1.4.1 Communitarianism

1.5 Negócio e comunicações

1.5.1 Uma comunicação Organizational

1.6 Ecology

2 Perspectives Interdisciplinary

2.1 Socialização

3 Desenvolvimento da comunidade

3.1 Edifício e organizar da comunidade

3.1.1 Moedas correntes de comunidade

3.2 Serviço de comunidade

4 Tipos de comunidade

4.1 Posição

4.2 Identidade

4.3 Sobreposições

5 Natureza especial da comunidade humana

6 Veja também

7 Notas

8 Referências

9 Ligações externas







Perspectives das várias disciplinas



Sociology



Gemeinschaft e Gesellschaft

Sociologist alemão Ferdinand Tönnies apresentou um differentiation conciso entre os termos Gemeinschaft (traduzido geralmente como a “comunidade”) e Gesellschaft (“sociedade” ou “associação”). Em seu trabalho 1887, Gesellschaft do und do Gemeinschaft, Tönnies discutiu aquele Gemeinschaft é percebido para ser uma entidade social mais apertada e mais cohesive, devido à presença de uma “unidade da vontade.”[2] Adicionou que a família e o kinship eram as expressões perfeitas de Gemeinschaft, mas isso outras características compartilhadas, tais como o lugar ou a opinião, podia também resultar dentro Gemeinschaft. Gesellschaft, na uma mão, está um grupo em que os indivíduos que compõem esse grupo motivated para fazer exame puramente da parte no grupo pelo self-interest. Propôs também que no mundo real, nenhum grupo era tampouco puro Gemeinschaft ou puro Gesellschaft; todos eram misturas entre os dois.





Indivíduo e comunidade

Artigo principal: Estrutura e agência

Durante o crescimento e maturation humano, jogos do encontro dos povos de outros indivíduos e experiências. Os infantes encontram primeiramente sua família imediata, a seguir família prolongada, e então a comunidade local (tal como a escola e o trabalho). Desenvolvem assim o indivíduo e agrupam-no identidade com as associações que as conectam a life-long a comunidade experimenta.[3]



Enquanto os povos crescem, aprendem aproximadamente e dão forma a percepções de estruturas sociais. Durante esta progressão, dão forma valores pessoais e cultural, a vista do mundo e atitudes para a sociedade maior. Ganhando uma compreensão de dinâmica do grupo e como “caiba em” é parte de socialização. Os indivíduos tornam-se relacionamentos interpersonal and begin to make choices about whom to associado com e sob que circunstâncias.[3]



Durante adolescence e o adulthood, o indivíduo tende a desenvolver uma identidade mais sofisticada, fazendo exame frequentemente em a papel como a líder ou seguidor nos grupos. Se um indivíduo desenvolver o sentimento que lhes pertencem um grupo, e dever ajudar ao grupo que são parte de, então desenvolvem a sentido da comunidade.





Capital social

Artigo principal: Capital social

Se a comunidade existir, a liberdade e a segurança existem também. A comunidade faz exame então em uma vida do seus próprios, enquanto os povos se tornam livre bastante para compartilhar e fixar de bastantes para começar longitudinalmente. O sentido do connectedness e a formação de redes sociais compreendem o que se tornou sabido como capital social.[4]



O capital social é definido perto Robert D. Putnam como “o valor coletivo de tudo redes sociais (quem os povos sabem) e as inclinações que se levantam destas redes para fazer coisas para se (normas do reciprocity). “O capital social na ação pode ser visto nos grupos do formality variando, including os vizinhos que mantêm um olho em cada outros repousos. Entretanto, como notas de Putnam dentro Rolar sozinho: O colapso e o Revival da comunidade americana (2000), o capital social tem caído nos Estados Unidos. Putnam encontrou que sobre os 25 anos passados, o comparecimento em reuniões do clube caiu 58 por cento, família que os jantares são abaixo 33 por cento, e ter a visita dos amigos caiu 45 por cento.[5]



Ocidental culturas são ditos assim perder o espírito da comunidade que foi encontrado uma vez dentro instituições incluir igrejas e centros de comunidade. Sociologist Raio Oldenburg estados dentro O lugar bom grande que os povos necessitam três lugares: 1) home, 2) escritório, e, 3) o hangout da comunidade ou recolhendo o lugar.[6]



Com esta filosofia na mente, muitos grassroots esforços tais como Projeto para espaços públicos estão sendo começados criar isto “Terceiro lugar“nas comunidades. Estão fazendo exame do formulário em livrarias independentes, coffeehouses, publicações locais e com muitos meios inovativos criar o capital social necessitado promover o sentido e o espírito da comunidade.[7]





Psychology



Sentido da comunidade

Artigo principal: Sentido da comunidade

Em uns 1986 seminal estude, McMillan e Chavis identifica quatro elementos do “sentido da comunidade”: 1) sociedade,) conexão 2) influência, 3) integração e fulfillment das necessidades, e 4 emocional compartilhada. Dão o seguinte exemplo do interplay entre estes fatores:



Alguém põe um anúncio sobre a placa de boletim do dormitório sobre a formação de uma equipe de basketball intramural do dormitório. Os povos assistem à reunião organizational como desconhecido fora de suas necessidades individuais (integração e fulfillment das necessidades). A equipe é limitada pelo lugar de residência (os limites da sociedade são ajustados) e gasta o tempo junto na prática (a hipótese do contato). Jogam um jogo e uma vitória (evento valent compartilhado bem sucedido). Ao jogar, os membros exercem a energia em nome da equipe (investimento pessoal no grupo). Enquanto a equipe continua a ganhar, os membros da equipe tornam-se reconhecidos e felicitados (ganhando a honra e o status para ser membros). Alguém sugere que eles que todos compram camisas combinando e sapatas (símbolos comuns) e assim que (influência).[8]



A Sentido do índice da comunidade (SCI) foi tornado por Chavis e por colegas e revisado e adaptado por outros. Embora projetado originalmente avaliar o sentido da comunidade nas vizinhanças, o índice foi adaptado para o uso nas escolas, no workplace, e em uma variedade dos tipos de comunidades.[9]





Anthropology

A comunidade e suas características são centrais à pesquisa anthropological. Algumas das maneiras que a comunidade é dirigida no anthropology incluem o seguinte:



Cultural (ou Social) estudos anthropological da comunidade

Cruz-cultural diferenças na comunidade

Ethnographic fieldwork

Estudos Archaeological de comunidades sociais. O termo “comunidade” é usado em duas maneiras no archaeology, paralelizando o uso em outras áreas. O primeiro é uma definição informal da comunidade como um lugar onde os povos se usem viver. Neste sentido é synonymous com o conceito de um estabelecimento antigo, se um hamlet, uma vila, uma cidade, ou uma cidade. O segundo meaning é similar ao uso do termo em outras ciências sociais: uma comunidade é um grupo de povos que vivem perto de um outro que interagem social. A interação social em uma escala pequena pode ser difícil de identificar com dados archaeological. A maioria de reconstructions de comunidades sociais por arqueólogos confiam no princípio que a interação social está condicionada pela distância física. Conseqüentemente um estabelecimento pequeno da vila constituiu provavelmente uma comunidade social, e as subdivisões spatial das cidades e de outros estabelecimentos grandes podem ter dado forma a comunidades. As similaridades do uso dos arqueólogos tipicamente no material cultura-da casa datilografam aos estilos de cerâmica-a reconstruct comunidades no passado. Isto é baseado na suposição que os povos ou as casas compartilharão de mais similaridades nos tipos e nos estilos de seus bens materiais com outros membros de uma comunidade social do que eles vontade com outsiders.[10]

Anthropology da religião

Anthropology da instrução

Anthropology urbano

Estudos étnicos e raciais

Empowerment da comunidade

Comunidades virtuais do Internet (parte de Anthropology de Cyber)

Anthropology Ecological

Anthropology psicológico



Filosofia social



Communitarianism

Artigo principal: Communitarianism

Communitarianism como um grupo de filosofias relacionadas mas distintas (ou ideologies) começou no 20o século atrasado, opondo-se liberalism classical e capitalismo ao advogar fenômenos como sociedade civil. Não necessariamente hostil a liberalism social, o communitarianism tem rather uma ênfase diferente, deslocando o foco do interesse para comunidades e sociedades e longe do indivíduo. A pergunta da prioridade, se para o indivíduo ou a comunidade, deve ser determinada em tratar de pressionar perguntas éticas sobre uma variedade de edições sociais, tais como cuidado de saúde, abortion, multiculturalismo, e discurso do ódio.





Negócio e comunicações



Uma comunicação Organizational

Artigo principal: Uma comunicação Organizational

Eficaz uma comunicação as práticas no grupo e os ajustes organizational são importantes para a formação e a manutenção das comunidades. Como as idéias e os valores são comunicados dentro das comunidades seja importante para a indução de membros novos, a formulação das agendas, a seleção dos líderes e muitos outros aspectos. Uma comunicação Organizational é o estudo de como os povos se comunicam dentro de um contexto organizational e as influências e as interações dentro estruturas organizational. Os membros do grupo dependem do fluxo de uma comunicação para estabelecer sua própria identidade dentro destas estruturas e para aprendê-la funcionar no ajuste do grupo. Embora uma comunicação organizational, como um campo do estudo, seja engrenada geralmente para companhias e grupos do negócio, estes podem também ser vistos como comunidades. Os princípios de uma comunicação organizational podem também ser aplicados a outros tipos de comunidades.





Ecology

Artigo principal: Comunidade (ecology)

No ecology, uma comunidade é um assemblage das populações de espécies diferentes, interagindo um com o outro.





Perspectives Interdisciplinary



Socialização

Artigo principal: Socialização

O processo da aprendizagem adotar comportamento os testes padrões da comunidade são chamados socialização. A época a mais fértil da socialização é geralmente os estágios adiantados da vida, durante que indivíduos desenvolva as habilidades e o conhecimento e aprenda papéis necessário funcionar dentro do seu cultura e ambiente social.[3] Para alguns psicólogos, especialmente aqueles no psychodynamic a tradição, o período o mais importante da socialização está entre as idades de 1 e de 10. Mas a socialização inclui também os adultos que movem-se em um ambiente significativamente diferente, onde devam aprender um jogo novo dos comportamentos.[11]



A socialização é influenciada primeiramente pela família, através de que as crianças aprendem primeiramente a comunidade normas. Outras influências importantes incluem a escola, par grupos, meios maciços, o workplace e governo. O grau a que as normas de uma sociedade ou de uma comunidade particular são adotadas determina one voluntariedade acoplar com outro. As normas de tolerância, reciprocity e confiança são os “hábitos importantes do coração,” como de Tocqueville posto lhe, na participação de um indivíduo na comunidade.[12]





Desenvolvimento da comunidade

Artigo principal: Desenvolvimento da comunidade

O desenvolvimento da comunidade, ligado frequentemente com o trabalho da comunidade ou o planeamento da comunidade, frequentemente é conduzido formalmente perto organizações non-government(NGOs), universidades ou agências de governo para melhorar às vezes das comunidades locais, regionais e, nacionais sociais do bem estar. Esforços mais menos formais, chamados edifício da comunidade ou organizar da comunidade, busca para empower indivíduos e grupos de povos fornecendo os com as habilidades que necessitam efetuar a mudança em suas próprias comunidades.[13] Estas habilidades ajudam frequentemente no poder político do edifício com a formação dos grupos sociais grandes que trabalham para uma agenda comum. Os practitioners do desenvolvimento da comunidade devem compreender como trabalhar com indivíduos e como afetar posições das comunidades dentro do contexto de instituições sociais maiores.



Os programas formais conduzidos por universidades são usados frequentemente construir uma base de conhecimento para dirigir curricula no sociology e estudos da comunidade. Exame social geral do Centro de pesquisa nacional da opinião no Universidade de Chicago e Seminário do Saguaro no John F. Escola de Kennedy do governo em Universidade de Harvard são os exemplos do desenvolvimento nacional da comunidade no Estados Unidos. No Reino Unido, Universidade de Oxford conduziu em fornecer a pesquisa extensiva no campo com o seu Jornal do desenvolvimento da comunidade,[14] usado worldwide por sociologists e por practitioners do desenvolvimento da comunidade.



Na interseção entre a comunidade desenvolvimento e comunidade edifício são um número programas e de organizações com as ferramentas de desenvolvimento da comunidade. Um exemplo deste é o programa do instituto baseado recurso do desenvolvimento da comunidade de Universidade do noroeste. O instituto faz ferramentas downloadable disponíveis[15] para avaliar recursos da comunidade e para fazer no meio conexões grupos non-profit e outras organizações que podem ajudar no edifício da comunidade. Os focos do instituto em comunidades de ajuda tornam-se “pelo edifício mobilizing dos recursos da vizinhança” - do interior para fora melhor que pela parte externa dentro.[16]





Edifício e organizar da comunidade

M. Peck de Scott é da vista que o sentido quase acidental da comunidade que existe às vezes da crise pode consciously ser construído. O Peck acredita que o processo “do edifício conscious da comunidade” é um processo de construir uma história compartilhada, e tomada de decisão consensual, construída em cima do respeito para todos os indivíduos e do inclusivity da diferença. É da opinião que este processo atravessa quatro estágios:



Pseudo-comunidade: Onde os participants são “agradáveis um com o otro”, jog-seguro, e apresentar-se o que sentem é os lados os mais favoráveis de suas personalidades.

Caos: Quando os povos se moverem além do inauthenticity da pseudo-comunidade e se sentirem seguros bastante apresentar seus selves da “sombra”. Este estágio coloca demandas grandes em cima do facilitator para uma liderança e uma organização mais grandes, mas o Peck acredita que as “organizações não são comunidades”, e esta pressão deve ser resistida.

Emptiness: Este estágio move-se além das tentativas de reparar, heal e do converso do estágio do caos, quando todos os povos se tornam capazes de reconhecer seus próprios woundedness e brokenness, comum a nós todos como seres humanos. Fora deste emptiness vem

Comunidade verdadeira: o processo do respeito profundo e verdadeiro aguardando até escutar as necessidades dos outros povos nesta comunidade. Este Peck do estágio acredita pode somente ser descrito como o “glory” e reflete um anseio profundo em cada alma humana para a compreensão compassionate de one companheiros.

Mais recentemente o Peck de Scott observou que construir um sentido da comunidade é fácil. Está mantendo este sentido da comunidade que é difícil no mundo moderno.



O edifício da comunidade pode usar uma variedade larga das práticas, variando dos eventos simples como potlucks e pequeno clubes do livro grande-escale esforços tais como a massa festivals e construção projetos que envolvem participants locais melhor que contratantes exteriores.





Moedas correntes de comunidade

Algumas comunidades desenvolveram seus próprios “Sistemas negociando da troca local“(DEIXA)[17] e moedas correntes locais, como Horas de Ithaca sistema,[18] para incentivar o crescimento econômico e um sentido realçado da comunidade. As moedas correntes de comunidade têm provado recentemente o artigo de valor em encontrar-se com as necessidades dos povos que vivem em várias nações do americano sul, particularmente Argentina, que sofreu recentemente em conseqüência do colapso da moeda corrente nacional Argentinian.[19]



Inversamente, pelo menos uma comunidade, o Pool das habilidades de Los Angeles,[20] é construído em torno de compartilhar dos serviços sem o uso de alguns moeda corrente.



Edifício da comunidade que é engrenado para activism é denominado geralmente da “organizar comunidade.” Nestes casos, os grupos organizados da comunidade procuram o accountability dos oficiais eleitos e a respresentação direta aumentada dentro dos corpos de tomada de decisão. Onde as negociações good-faith falham, estas círculo-conduziram à busca das organizações para exercer pressão sobre os responsáveis pelas decisões com uma variedade dos meios, including picketing, boycotting, sent-ins, peticionar, e política electoral. LEVANTA-SE Detroit! coalition e Comitê público do espaço de Toronto são os exemplos de redes da activista cometido a proteger comunidades locais do governo e da influência incorporada do domination e a inordinate.



Organizar da comunidade é focalizado às vezes mais do que apenas em edições específicas resolvendo. Organizar significa frequentemente construir uma estrutura extensamente acessível do poder, frequentemente com o objetivo do fim do poder distribuindo ingualmente durante todo a comunidade. Os organizers da comunidade procuram geralmente construir os grupos que são abertos e democráticos no governance. Tais grupos facilitam e incentivam tomada de decisão do consenso com um foco na saúde geral da comunidade melhor que um grupo de interesse específico.



Os três tipos básicos de organizar da comunidade são grassroots organizar, coalition construir, e organizar fé-baseado da comunidade (chamado também “comunidade instituição-baseada que organiza,” “comunidade broad-based que organizam” ou “comunidade congregation-baseada que organiza”).[21]





Serviço de comunidade

Artigo principal: Serviço de comunidade

Serviço de comunidade é executado geralmente em relação a a organização nonprofit, mas pode também ser empreendido sob os auspices o governo, de o um ou mais negócios, ou por indivíduos. É tipicamente por pagar e voluntário. Entretanto, pode ser parte da alternativa sentenciar aproximações em a sistema da justiça e pode ser requerido por instituições educacionais.





Tipos de comunidade

Um número de maneiras categorizar tipos de comunidade foram propostas; uma tal avaria é:



Comunidades geográficas: escala do local vizinhança, suburb, vila, cidade ou cidade, região, nação ou mesmo o planeta ao todo. Estes consultam às comunidades de posição.

Comunidades da cultura: escala do clique local, sub-culture, grupo étnico, religioso, multicultural ou pluralistic civilização, ou global culturas da comunidade de hoje. Podem ser incluídos como comunidades da necessidade ou identidade, como pessoas disabled, ou frágil envelhecido povos.

Organizações da comunidade: escala de informal família ou kinship redes, a mais formal associações incorporadas, político tomada de decisão estruturas, econômico empresas, ou associações profissionais em uma escala pequena, nacional ou internacional.

As comunidades são aninhadas; uma comunidade pode conter outra - por exemplo uma comunidade geográfica pode conter um número de comunidades étnicas.[22]





Posição

Possivelmente o uso o mais comum da palavra “comunidade” indica um grupo grande que vive na proximidade próxima. Exemplos de comunidade local inclua:



A municipalidade é uma área local administrativa composta geralmente de um território claramente definido e geralmente de consultar a a cidade ou vila. Embora grande cidades são também as municipalidades, elas são pensadas frequentemente como de um coleção das comunidades, devido a sua diversidade.

A vizinhança é uma comunidade geogràfica localizada, frequentemente dentro de um maior cidade ou suburb.

A comunidade de planeamento é um que era projetado do risco e cresceu acima mais ou mais menos seguinte a planta. Diversos do mundo cidades importantas são as cidades de planeamento, notàvelmente Washington, C.C., no Estados Unidos, Canberra em Austrália, e Brasília em Brasil. Era também terra comum durante Colonização européia dos Americas para construir de acordo com uma planta na terra fresca ou nas ruínas de mais cedo Amerindian cidades.

Para mais detalhes neste tópico, veja Comunidade do lugar.



Identidade

Para mais detalhes neste tópico, veja Comunidade do interesse.

Em alguns contextos, “comunidade” indica um grupo de povos com uma identidade comum à excepção da posição. Os membros interagem frequentemente regularmente. Os exemplos comuns no uso diário incluem:



“Uma comunidade profissional” é um grupo de povos com o mesmo ou as ocupações relacionadas. Alguns daqueles membros podem juntar a sociedade profissional, fazendo um grupo mais definido e formalized. Estes são sabidos também às vezes como comunidades da prática.

A comunidade virtual é a grupo dos povos primeiramente ou inicialmente comunicando-se ou interagindo um com o otro por meio das tecnologias de informação, tipicamente sobre Internet, melhor que na pessoa. Estas podem ser uma ou outra comunidades do interesse, prática ou communion. (Veja abaixo.) o interesse da pesquisa está evoluindo no motivations para contribuir às comunidades em linha.



Sobreposições

Para mais detalhes neste tópico, veja Comunidade intencional.

Algumas comunidades compartilham da posição e de outra atributos. Os membros escolhem viver perto de se por causa de um ou mais interesse comum.



A comunidade da aposentadoria é designado e pelo menos projetado geralmente para aposentados e seniors -- restringido frequentemente àqueles sobre uma determinada idade, tal como 55. Difere de a aposentadoria home, que é um único edifício ou um complexo pequeno, tendo um número de casas autônomas.

comunidade intencional é uma comunidade residential deliberada com um grau muito mais elevado de interação social do que outras comunidades. Os membros de uma comunidade intencional prendem tipicamente uma visão comum e umas responsabilidades e uns recursos sociais, políticos ou espirituais da parte. As comunidades intencionais incluem Amish vilas, ashrams, cohousing, communes, ecovillages, cooperatives da carcaça, kibbutzim, e confianças de terra.



Natureza especial da comunidade humana

Definições da comunidade como os “organismos que habitam um ambiente comum e que interagem um com o outro,”[23] quando scientifically exato, não faça saber ao richness, à diversidade e à complexidade de comunidades humanas. Sua classificação, do mesmo modo é quase nunca precisa. Untidy porque pode ser, comunidade é vital para seres humanos. M. Peck de Scott expressou isto na seguinte maneira: “Não pode haver nenhum vulnerability sem risco; não pode haver nenhuma comunidade sem vulnerability; não pode haver nenhuma paz, e finalmente nenhuma vida, sem comunidade. “[24]



Deste está desobstruído que o conceito do individual não é e não pode sempre ser separado do conceito da comunidade. Sem a comunidade preliminar de nossa família, ou as comunidades secundárias discutidas acima, nós não poderíamos desenvolver personalidades estáveis como seres humanos individuais. Isto faz saber a algum do distinctiveness da comunidade humana.











Veja também

Portal da comunidade

Wikibooks tem um livro no tópico de

Introdução ao SociologyArtigos principais: Lista de tópicos básicos da comunidade e Lista de tópicos da comunidade

Gemeinschaft e Gesellschaft

Communitarianism

Sentido da comunidade

Comunidade Sustainable

Communitas (Vencedor Turner'teorias de s)

Arte da comunidade

Theatre da comunidade

Rádio da comunidade

Comunidade do tipo

Historian Benedict Anderson's Comunidades imaginadas

Comunidade intencional

Comunidade internacional

Rede econômica

Nationalism e Internationalism

Informatics da comunidade

Otherness

Sociedade afluente original aspectos do caçador-gatherer de Marshall Sahlins (1966)

Filósofo Jean-Luc Nancy's Comunidade inoperante (1983)

Princípios de Urbanism inteligente

Tragédia das terras comuns e Tragédia dos anticommons



Notas

^ Harper, D. 2001. Dicionário em linha do Etymology.

^ Tönnies, F. 1887. Gesellschaft do und do Gemeinschaft, P. 22.

^ a b c Newman, D. 2005. Capítulo 5. Do “identidade edifício: Socialização " pp. 134-140.

^ Putnam, D. 2000. Rolar sozinho: O colapso e o Revival da comunidade americana, p. 19.

^ Rolar sozinho Web site

^ Projeto para espaços públicos. 2006. Raio Oldenburg.

^ Universidade de Florida. 2006. Capital social em Tampa Bay: Um relatório do Update.

^ McMillan, D.W., & Chavis, D.M. 1986. “Sentido da comunidade: Uma definição e uma teoria, “P. 16.

^ Perkins, D.D., Florin, P., Rich, R.C., Wandersman, A. & Chavis, D.M. (1990). Participação e o ambiente social e físico de blocos residential: Contexto do crime e da comunidade. Jornal americano do Psychology da comunidade, 18, 83-115. Chipuer, H. M., & bonito, G. M. H. (1999). Uma revisão do sentido do índice da comunidade: Usos atuais, estrutura do fator, confiabilidade, e desenvolvimento mais adicional. Jornal do Psychology da comunidade, 27(6), 643-658. Long, D.A., & Perkins, D.D. (2003). Análise de fator Confirmatory do sentido do índice da comunidade e do desenvolvimento de um SCI breve. Jornal do Psychology da comunidade, 31, 279-296.

^ �Canuto, Marcello A. e Jason Yaeger (editores) (2000) O Archaeology das comunidades. Routledge, New York. Hegmon, 2002) conceitos de Michelle (da comunidade na pesquisa Archaeological. Em Procurando o centro: Archaeology e comunidades antigas na região do Mesa Verde, editado por Marca D. Varien e Richard H. Wilshusen, pp. 263-279. Universidade da imprensa de Utá, cidade de lago salt.

^ Newman, D. 2005, P. 141.

^ Smith, M. 2001. Comunidade.

^ Kelly, Anthony, “com cabeça, coração e mão: Dimensões do edifício da comunidade " (imprensa) [ISBN 978086439076] de Boolarong

^ Jornal do desenvolvimento da comunidade, Imprensa da universidade de Oxford

^ Instituto de ABCD, na cooperação com o W.K. Fundação de Kellogg. 2006. Descobrindo o poder da comunidade: Uma guia a Mobilizing recursos locais e capacidade da sua organização.

^ Instituto de ABCD. 2006. Boa vinda a ABCD.

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Ligações externas

“Comunidade”, um artigo em Conservatism americano: Uma enciclopédia

“Comunidade”, um artigo em Enciclopédia da instrução informal

Subdividido Uma película documentary sobre a comunidade que caracteriza Robert Putnam

Artigo da comunidade

Edifício em linha da comunidade: Três ingredientes críticos Um artigo sobre comunidades em linha do edifício

Ecovilas e Comunidades Intencionais: Ética e Sustentabilidade no Viver Contemporâneo

Severiano José dos Santos Jr. (CEFET/BA; CDS-UnB)


Resumo:



Este trabalho pretende refletir sobre as ecovilas enquanto modelos alternativos de sustentabilidade, a partir do primado da ética. Tomamos como base a integração global realizada no seio do que M. Santos chama de meio técnico-científico-informacional, e, as crises que nele se dão. Em torno do pragmatismo secular e mercantil do sistema-mundo atual, vigora um vazio ético, que des-responsabiliza seus agentes diante das sociedades e da Natureza. As ecovilas, em muitos sentidos, são herdeiras dos movimentos emancipatórios das décadas de 60/70, que visavam questionar as múltiplas bases do projeto moderno. Hoje, são propostas de assentamentos sustentáveis, tendo como base a criação de um novo modelo de convivência social e ambiental. Baseando-se num estilo de vida de baixo impacto, e na re-valorização da prática comunitária, primam por uma sustentabilidade social-ambiental, com noções claras de pertencimento e de identidade. No entanto, a sustentabilidade, aqui, deve necessariamente passar por uma revisão política, a partir de princípios como autonomia, diversidade e enraizamento, para citar alguns. Assim, as ecovilas podem ser vistas como respostas possíveis à construção de uma modernidade ética.





A Condição do Mundo Contemporâneo: as Crises

As provocações impostas às múltiplas sociedades pela condição atual do mundo demandam respostas que devem se integrar em vias diversas. Se de um lado, a partir da Revolução Industrial, temos visto um crescimento exponencial da produção da riqueza material no mundo, através do tripé tecnociência, indústria e mercado, de outro, vemos também o aumento dos desequilíbrios sociais, da degradação ambiental e da perda forte de sentidos coletivistas e comunitários. As crises correntes se proliferam em muitas áreas e nas mais diversas escalas. Não são pontuais, já que estão intrinsecamente conectadas às estruturas e dinâmicas do que conhecemos como o sistema-mundo (DOLLFUS, 1994). Parece que estamos, na modernidade contemporânea, diante de uma condição histórica jamais vista, em tamanho e em sentido. Nancy M. Unger (1991) nos fala de uma crise civilizacional, A. Herrera (1984) nos fala de uma crise da espécie.

A modernidade recriou a história ao impor uma cultura laica e autônoma, desprovida de qualquer reverência sacra, livre para a criação de um projeto civilizacional auto-referenciado. O racionalismo de Bacon e Descarte, aos poucos, encontrou rumos sólidos ao se transfigurar em determinações que deram origem à práxis e ao pensamento científico-tecnológico, fundamentos para o proceder político-econômico da democracia, da indústria e do mercado. Em poucos séculos, tomados pelas mãos imperialistas dos novos Estados europeus, esta nova força histórica vai transformar completamente a face do planeta e a forma de viver e de ser dos povos. Cresceu articulando o mundo das culturas e a vida da Natureza a uma ordem racional-materialista, dinamizado pelo industrialismo capitalista, que procedeu artificializando territórios e automatizando as relações do ser humano consigo, com o outro e com o meio.

Hoje, os limites extremos deste projeto se transfiguram naquilo que Milton Santos (1994) chama de meio técnico-científico-informacional. No espaço geográfico globalizado, não apenas os territórios e as pessoas são unificados por um mercado que já começava a se tornar integrado desde o mercantilismo, mas, por uma rede cibernética de informação, tecnologia e cultura. A obediência à operacionalização da excelência científica unifica as idéias, as redes de comunicação e de transporte materializam os circuitos, o design mimetiza o aparelhamento arquitetônico e instrumental dos territórios e objetos, a automação faz o mundo girar e o consumismo dinamiza os desejos ao tempo que os emudecem. No centro, está o “motor único” da mais-valia, imposto ao sistema financeiro-econômico internacional pelas engenharias da competitividade mundial, lideradas pelas grandes corporações e empresas transnacionais (SANTOS, 2003, p. 29-31).

A uniformização técnica do espaço mundial tem gerado grande pressão sobre o ambiente planetário, bem como tem ampliado em muito os desníveis sociais no mundo. Seu potencial criativo é enorme, tanto quanto seu potencial de impactos nocivos sobre povos e naturezas. Em meio a maior pujança material jamais observada, crises se proliferam não como disfunções momentâneas dos mecanismos do sistema, mas como conseqüência inexorável (mas não desejável) da forma de seu proceder. A relutância em reconhecer esta ambigüidade como fato inerente, pois que atrelada aos ditames da mais-valia global, instaura uma não responsabilização generalizada de mentores, agentes e consumidores. O não comprometimento com as bases de sustentação do presente gera perspectivas incertas. Assim, O projeto civilizatório dinamizado pelo “poder científico-tecnológico se desenvolve na modernidade no interior de um ‘vácuo ético’ que potencializa o risco de auto-destruição do homem alienado de seu vínculo com a Natureza” (BARTHOLO, 1986, p. 104).

No entanto, no centro do meio técnico-científico-informacional não necessariamente existem apenas uniformidades e consentimentos. A história conhece também revoluções, contestações e inconformismos: classes, grupos e pessoas, que, oprimidas ou inquietas, apaixonadas, buscaram e buscam novas formas de sociabilidades e socializações.





Inconformismo, Movimentos Contestatórios e as Comunidades Alternativas



Nos países centrais, duas décadas após o fim da II Grande Guerra, o sistema capitalista atingiu um nível de pujança material que em muito dava a impressão de que as promessas da Revolução Industrial estavam sendo plenamente cumpridas. O american way of life difundiu-se pelos países ricos e em meio às elites burguesas dos países periféricos como a quinta essência do projeto moderno. Porém, foi neste período, e nesses países, que surgiram movimentos contestatórios e libertários que visavam questionar todos os setores constituídos da sociedade da época: hábitos, idéias, corporeidade, arte, organização política, espiritualidade, estrutura produtiva e social, tecnologia. Nada escapou ao espírito inquieto e inconformista da época. A contracultura, como assim ficou conhecida (ROSZAK, 1969), almejava um novo sentido societário, “[...] cuja direção de mudança apontava para a autonomia como valor central” (CARVALHO, 2002). Visava tanto uma reestruturação do organismo social, como clamava por mudanças de valores e atitudes na relação das sociedades consigo mesmas e para com a Natureza (McCORMICK, 1992, p. 75-77).

Os movimentos emancipatórios dos anos 60/70 desenvolveram novos projetos, incitaram novas idéias, experimentaram novos estilos, agiram politicamente, tomando para si a responsabilidade diante de um mundo visto como cativo e decadente. Tiveram maior repercussão entre jovens burgueses das grandes cidades, mas não se deteve aí. Estenderam-se pelas sociedades da época em ações coletivas e pessoais que, apesar de diversas entre si, buscavam transformações radicais na sociedade hegemônica: pacifismo, feminismo, ecologismo, movimento negro, Hippies, novo espiritualismo, nova esquerda, direitos dos cidadãos, novo psicologismo, revolução corporal-sexual, etc. Todas elas se opunham e questionavam na raiz as crises vigentes. “Cada uma das correntes mencionadas emerge de uma oposição determinada a certas manifestações da crise atual. Cada uma desenvolve uma crítica determinada ao sistema vigente, que se articula às idéias alternativas e a projetos correspondentes” (HUBER, 1985, p. 13). Em muitos dos seus aspectos fundamentais, apontou para um novo sentido na relação entre indivíduos e suas coletividades.

Muitas das expressões de rebeldia da época se davam como oposições “silenciosas” ao estilo de vida proposto pelo consumismo. Nestes casos, a oposição se dava como forma de desapego, de experimentação e de busca de novos horizontes, muitas vezes, por meio de uma saída radical dos contextos em que viviam. Muitos começaram a experimentar uma maior aproximação à Natureza como volta a um lar perdido, a uma casa originária de onde haviam se exilado pela distância imposta pelo artificialismo tecnológico urbano/industrial. Neste sentido, a busca por formas mais “simples” e orgânicas de se alimentar, de vestir, de se curar, de morar, fizeram surgir diversas experiências e práticas, onde a inovação estava na busca por uma forma de viver comunitária, mais integrada ao ambiente e às pessoas a sua volta. Miravam, também, para as experiências dos antigos e para as diversas tradições culturais espalhadas pelo mundo como fonte de inspiração. Porém, a tarefa demandava engajamento, comprometimento, ações concretas.

Foi assim que, para por em prática esses ideais, e re-criar vínculos e projetos comuns, que um grande número de pessoas começou a deixar os espaços urbanos para agrupar-se naquilo que ficou conhecido como comunidades alternativas. Para eles, um espaço possível de mudanças e de realização de sonhos, aqui e agora. Roszak (1973, p. 393, p. 394) nos traz alguns anúncios do início da década de 70, presentes no jornal “The Mother News” dos EUA. Um homem de Nova York escrevia:

(...) Usando a alegria com poder, eu e minha esposa pretendemos nos manter saudáveis praticando yoga, comendo alimento orgânico, aderindo a uma dieta de baixo impacto, comprometidos com o amor. Nós temos U$ 1.000,00 (mil dólares) para compartilhar e gostaríamos de conhecer uma comunidade na Natureza composta de pessoas que sejam buscadores de uma vida natural.



Era necessário se fazer diferente, dos pais, dos homens e mulheres que governavam as sociedades ricas e o mundo. Nas comunidades que surgiam, diversas pessoas decidiram se colocar a provar, tomar uma posição ativa em prol da construção de um mundo que eles acreditavam. Alguns membros da comunidade urbana Magic, surgida em 1972, em Palo Alto na Califórnia, nos relatam:



Como muitos de nossos iguais naquela época, nós vislumbrávamos talhar um pequeno nicho de sanidade naquela que nós considerávamos como uma crescente sociedade insana. Nós queríamos amizades sustentáveis e amorosas. Queríamos ganhar a vida tendo como base os valores humanos fundamentais. BARTSCH et alli, 2000, p. 24.



Em muitos aspectos, as ecovilas, hoje, são herdeiras desse movimento.





Comunidades Intencionais: o Desejo de Estar Juntos, Criando, Cultivando ...



O modelo espacial inaugurado pelo capitalismo industrial teve como base a polarização produtiva, de mão-de-obra, de cultura, de insumos e de capital em torno, fundamentalmente, das grandes cidades. A urbanização (e metropolização) se tornou a base de territorialização do meio técnico-científico-informacional. São nas grandes metrópoles que estão os núcleos do poder contemporâneo e por onde passam todos os circuitos (produtivos, financeiros, técnicos, culturais) do sistema-mundo. Nelas se encontram as matrizes e filiais das grandes corporações transnacionais. Além do que, mais de 50% das pessoas vivem em cidades, a maioria nos grandes centros urbanos do assim chamado Terceiro Mundo. Assim, diante da crescente metropolização, podemos pensar que o viver comunitário tem se tornado cada vez mais debilitado, bem como a busca pela construção de novas experiências comunitárias como algo inusitado ou obsoleto.

Robert Gilman faz uma revisão nas múltiplas formas de organização dos assentamentos e grupos humanos na história, tentando entender a condição da vida comunitária, hoje. Nos diz que “(...) até a chegada da industrialização, nenhuma sociedade tinha mais que 20% de sua população vivendo em cidades - normalmente apenas uma pequena percentagem” (GILMAN, 1983, p. 8). Numa trajetória de mais de 7 mil anos, os assentamentos humanos, em sua grande parte, eram formados por pequenas coletividades: bandos, tribos, aldeias, vilas, cidadelas. Por milênios, os grupos humanos desenvolveram estruturas e relações societárias em restritas bases territoriais, com a presença de pequeno número de pessoas, se comparadas com os índices atuais. No entanto, o viver comunitário “arcaico” ou “tradicional” se deu como a base mesma da estrutura social desses grupos, sendo condicionados por modelos institucionais, sociais, culturais, tecnológicos de suas épocas. Não se deram como opção ou a partir de uma intenção específica.

Porém, a história conhece experiências comunitárias que se deram como força de revolta ou de re-significação dos laços identitários de certos grupos com o seu tempo e a sua geografia. Buscaram se diferenciar dos contextos hegemônicos de onde surgiram, sustentando-se em visões elevadas ou “utópicas”. Nesses casos, o viver em conjunto se dá como uma opção fundamentada em princípios comuns, uma “causa” ou “missão”, pelos quais, as pessoas compartilham um forte senso de serviço e comprometimento. A despeito do contexto social mais geral em que viviam, esforçam-se em recriar coletivamente suas vidas, compartilhando práticas e crenças tidas como radicais. Para alguns autores, essas comunidades se diferenciam das experiências comunidades tradicionais, devido à intenção pela qual são formadas. Elas são chamadas, assim, de comunidades intencionais (METCALF, 1996; KOZENY, 2000).

Os relatos de experiências de comunidades intencionais ao longo da história são inúmeros. Eles expressam um sentido de propósito comum que ata as pessoas a um viver produtivo, compartilhado e solidário. Bill Metcalf (1996, p. 11) diz que já na “República”, Platão aponta para uma sociedade alternativa reinada por reis filósofos, com fortes princípios de partilha. Geoph Kozeny (2000, p. 17-22) nos traz o exemplo dos seguidores de Buda que, no séc. VI A.C., abandonam a riqueza e vão viver, comunitariamente, em ashrams, uma vida meditativa e produtiva. Ambos lembram das comunidades espirituais essênias nos desertos da Palestina, no séc. II A.C. Também, rememoraram a reunião comunitária dos primeiros seguidores de Cristo, para viver segundo os seus ensinamentos. Já ali, criaram um movimento de contracultura na medida que se opuseram ao materialismo do Império Romano (METCALF, op. Cit., p. 12). Roszak (1984, p. 367) considera a experiência monástica medieval como um modelo (paradigma) que foi capaz de, em meio a uma sociedade em crise, formar “comunidades civilizadas e duradouras que puderam abarcar um novo sentido de identidade e destino humano”.

O Renascimento conheceu tanto autores como Thomas. More e Francis Bacon que deram um sentido laico ao utopismo comunitário, bem como viu surgir o movimento comunitário-espiritual europeu Anabatista, contrário à Igreja e ao Estado. Mais tarde, pensadores considerados “socialistas utópicos” como Fourier, Owen, Cabet e Noyes, renovaram o ideário comunitário a partir de visões libertárias, “não ascéticas”, opostas ao industrialismo nascente. No século XIX, diversas experiências comunitárias, tanto seculares quanto espirituais, principalmente nos EUA, ganham forma: New Harmony, Shakers, Amana, Rappites, Oneida, Brook Farm, Icaria. O movimento sionista fez do comunitarismo uma ação política, ao aglutinar grande número de judeus em comunidades na Palestina, como retorno à “terra prometida”. No Brasil, as largas experiências de formação de quilombolas por negros fugidos da escravidão, durante o período colonial, são significativas, tanto por suas essências libertárias, quanto por suas longevidades. Muitas dessas comunidades sobrevivem até hoje, nas franjas da sociedade hegemônica. O século XX também viveu fortes momentos de formação de comunidades intencionais de vários tipos, culminando com o comunitarismo alternativo dos Hippies, nas décadas de 60/70.

Apesar de surgirem de formas diversas e adversas, na maioria das vezes em oposição aos contextos hegemônicos de suas épocas, as comunidades intencionais vigoram como experiências sociais ricas e inauditas, na tentativa de tornarem reais sonhos e utopias. Assim, ao espírito comunitário alia-se um forte sentimento de comprometimento com a realização de um viver humano que se coadune com forças criativas e sublimes da própria Vida. O devir histórico do humano em parceria com a Terra e com o Mistério.

Martim Buber diz que o desejo por comunidade é algo orgânico no ser humano. Pertence à própria condição de humanidade, nos vínculos que as pessoas estabelecem entre si e com a Vida. Ele fala de um novo tipo de comunidade, a qual se diferencia de antigas formas coletivas, por ser animada por princípios vitais e estar liberta da dominação de limites e conceitos. Duas finalidades estão no fundamento desta nova comunidade: “a si mesma e a Vida”. Na finalidade pela comunidade está a doação e a entrega criativa e madura que seus membros estabelecem entre si, cingidos “por um e mesmo laço, por causa da liberdade maior” (BUBER, 1985, p. 34). Na finalidade pela Vida está a vida vivida na ação, além dos dogmas e imposições societárias, na unificação da pessoa ao propósito da própria Vida. Assim, para ele:

(...) Comunidade e Vida são uma só coisa. A comunidade que imaginamos é somente uma expressão de transbordante anseio pela Vida em sua totalidade. Toda Vida nasce de comunidades e aspira comunidades. A comunidade é fim e fonte de Vida. Idem, ibidem.

Quando assim se coloca, Buber nos desafia a pensar os vínculos verdadeiros que mantém os seres humanos atados uns aos outros, bem como estabelecem o vínculo com sua própria vida e a vida vivida coletivamente. Em muitos aspectos, esse anseio por comunidade estava na base de muitas das experiências de grupos diversos que se reuniram e ainda se reúnem para compartilhar uma vida comum.



As Ecovilas

Hoje, as assim chamadas ecovilas são tipos de comunidades intencionais que tomaram como legado muitos dos ideais e das práticas comunitárias desenvolvidas ao longo da história, em especial das grandes experiências realizadas por grupos alternativos nos anos 60/70. Porém, enquanto conceito e enquanto experiências vividas, elas surgem nos contextos da atual sociedade técnica-científica-informacional, na década de 90 do século XX, realizando uma nova síntese a partir daí. Buscam acompanhar o debate que se desenvolveu no final do século passado em torno dos limites de esgotamento do sistema global, em função da possível exaustão da Natureza e de seus recursos, bem como dos fortes desníveis entre as sociedades e suas gentes. Ademais, tendo se expandido para além dos horizontes “alternativos”, têm, paulatinamente, se tornado experiências comunitárias mais institucionalizadas, abertas a um diálogo (possível) com a sociedade hegemônica.

À base da busca do sonho de uma vida comunitária baseada em princípios auto-gestionários, de simplicidade, de interação direta com a Natureza, entre tantos outros, dos anos Hippies e de seus antecedentes, junta-se uma consciência da necessidade de transformação sócio-ambiental, tendo como parâmetro fundador a sustentabilidade. Este aspecto de preocupação explícita em torno da base ambiental e social, local e global, confere um caráter diferenciado às ecovilas. Assim, desde a origem, diversas tentativas de definição do conceito de ecovila são feitas. Em todas, prevalece uma visão comunitária, integrada, sustentável e plural. Svensson (2002, p. 10) coloca:

Ecovilas são comunidades de pessoas que se esforçam por levar uma vida em harmonia consigo mesmas, com os outros seres e com a Terra. Seu propósito é combinar um ambiente sócio-cultural sustentável com um estilo de vida de baixo impacto. Enquanto nova estrutura societária, a ecovila vai além da atual dicotomia entre assentamentos rurais e urbanos: ela representa um modelo amplamente aplicável para o planejamento e reorganização dos assentamentos humanos no séc. 21.



Muitas das comunidades, hoje, consideradas como ecovilas surgiram ainda nas décadas de 60/70, a partir de um processo de adaptação às novas condições apontadas pelo advento histórico dos anos 90 (fim da Guerra Fria, globalização, realização da ECO-92, etc.). É correto, também, que uma boa parte delas, hoje, não passou pela radicalidade e originalidade das experiências daquelas que a precedeu. Porém, a despeito da multiplicidade de influências e filosofias que professam (não existe uma ecovila igual a outra), bem como das diversas formas de estruturação física e organizacional que as compõem, partilham ideais singulares de comunitarismo e de sustentabilidade. E, esta é uma proposição que unifica as ecovilas: em suas matrizes, são necessariamente comunidades intencionais e sustentáveis.

De acordo com Dawson (2005), o conceito de ecovila (örkdorf, em alemão) foi primeiramente utilizado de forma ampla pelo movimento ativista alemão anti-nuclear, na década de 80. No entanto, ele é difundido internacionalmente pela primeira vez, em 1991, por Robert e Diane Gilman, por meio de um relatório, encomendado pela organização Gaia Trust da Dinamarca, intitulado “Ecovilas e Comunidades Sustentáveis”. Foi a partir de um encontro entre comunidades sustentáveis, em 1995, na Fundação Findhorn, Escócia, que ele foi melhor sistematizado e popularizado. Na ocasião, foi criada a Rede Global de Ecovilas (GEN – Global Ecovillages Network), dando maior visibilidade e dinâmica ao movimento (DAWSON, op. cit.). Este fato foi fundamental para a criação de um movimento das ecovilas, que fizesse frente aos desafios impostos à criação e expansão de experiências comunitárias em base sustentáveis. Ademais, servindo-se da recém criada rede mundial de computadores (internet), o movimento não só pôde se tornar mais integrado regional e globalmente, bem como ajudou a espalhar a idéia para um número bem maior de pessoas, dando início a uma forte onda de criação de novas ecovilas.

Aos poucos, tanto o conceito de ecovila como as experiências comunitárias que o sustenta têm adentrado circuitos político-institucionais mais abrangentes, dialogando, inclusive, com estruturas decisórias locais, regionais, nacionais e internacionais. Em 1996, membros da GEN participaram do encontro Habitat II, em Istambul, promovido pela ONU, fazendo com que tanto o conceito de ecovilas quanto a Rede passassem a ser melhores conhecidas pelo público e por instituições públicas em geral. Em 1998, as ecovilas Cristal Waters da Austrália, Lebensgarten da Alemanha e Findhorn da Escócia foram consideradas oficialmente pela ONU como “modelos de excelência de vida sustentável”, ao entraram na “Lista das 100 melhores práticas” editada bi-anualmente pelo Programa Habitat. No ano de 2000, mesmo sendo uma organização não governamental nova, a GEN-Global consegue obter o reconhecimento de “organização oficial” da ONU, com status consultivo no Conselho Econômico e Social do Comitê das Organizações Não-Governamentais (ECOSOC) (R. JACKSON, 2004).

Diante das crises contemporâneas, o movimento das ecovilas chama à atenção pelas respostas concretas que tem realizado no sentido de se criar assentamentos humanos compatíveis com o bem-estar comunitário e com o meio. Diversas experiências e pesquisas têm sido realizadas tomando como base o seu caráter inovador, sustentável e, eminentemente, viável. São construções bem possíveis do ponto de vista técnico e relativamente de baixo custo. Neste sentido, oferecem as mais amplas formas de inspiração para as mais diversas estruturas sociais. Neste sentido, o interesse da ONU e de outros organismos, bem como de muitos pesquisadores, gestores e pessoas em geral, em todo o mundo, em relação às ecovilas é justificável.

Por serem enraizadas localmente e tendo como base o estabelecimento de laços identitários entre seus membros, surgem nas múltiplas regiões do globo sob a base das mais diversas orientações culturais ou tradições. As aplicações tecnológicas e a base dos conhecimentos utilizados nos diversos aspectos da vida comunitária, ecologicamente orientadas, tendem a se inspirar em procedimentos tradicionais ou em pesquisas das chamadas “tecnologias limpas”. O que prevalece é um forte entendimento e diálogo com os ecossistemas locais e com os grupos que tradicionalmente neles habitam ou habitaram.

Nelas, prevalecem práticas que “não interfiram com a habilidade inerente à Natureza de manter a vida” (ENA-BRASIL, 2005). Em geral, os membros das ecovilas buscam aliar uma vivência comunitária solidária a uma existência produtiva, holística e cooperativa, estabelecendo uma administração partilhada de tarefas, serviços e recursos. As idéias de integração e integridade no saber/fazer cotidiano unificam as práticas e dinâmicas do grupo pela crença na criação de novas estruturas do viver. Além do que, a realização das práticas é corroborada por um forte sentido de inclusão e de aprendizagem. Fazem aprendendo, aprendem fazendo. E, como colocado, os ecovileiros tendem a redimensionar o proceder tecnológico-científico moderno, vivenciando propostas inovadoras e sustentáveis de manufatura, de cultivo, de negócios, de construção, de saneamento, de energia, de saúde, de educação, de arte, dentre outras.

Do ponto de vista da sustentabilidade ambiental, as ecovilas propõem estruturas físicas e tecnológicas comprometidas com a capacidade de suporte e de resiliência dos ecossistemas, com o uso não excessivo de recursos, dentro de uma permanente visão de reciclagem e respeito à biodiversidade. Dentre algumas práticas que fortalecem este objetivo estão: produção local e orgânica de alimentos, uso de sistemas de energia renováveis, recuperação ambiental e revegetação, uso de materiais de baixo impacto ambiental nas construções, práticas permaculturais, sistemas de reaproveitamento de dejetos e materiais, entre outras. O respeito à Natureza é um princípio básico demonstrado tanto nas práticas cotidianas da comunidade como em formas constantes de reverência à Vida. Nas ecovilas, a sustentabilidade ambiental deve pressupor tanto mudanças de hábitos e ações de apoio à vida, quanto uma mentalidade aberta à sacralização da Natureza e da Terra e à visão de uma unidade cósmica que permeia todos os seres.

Ademais, a forma de abordagem da sustentabilidade pelas ecovilas não se restringe apenas ao seu caráter ecológico ou ambiental, mas engloba uma visão que incorpora outras dimensões e uma nova ética de sociabilidade. Karen Svensson (2002) observa que a partir da idéia de que as ecovilas estão “fundamentadas no profundo entendimento de que todas as coisas e criaturas estão conectadas, e que os pensamentos e as ações têm impactos no ambiente”, os múltiplos desenhos (sócio-espaciais) apresentados por elas dependem da combinação entre três dimensões básicas (H. JACKSON, 2002): ecológica (comentada acima), social, cultural-espiritual.

Para Svensson, a dimensão social incorpora tanto um nível comunitário quanto econômico. No nível comunitário estariam as relações e trocas entre os membros, processos de tomada de decisão e gestão de conflitos, práticas holísticas de saúde, formas significativas de trabalho, educação permanente, expressões culturais e respeito às diferenças, as crianças, aos idosos e grupos marginais. O nível econômico é formado por geração de renda local como negócios “verdes” e consultorias, bancos e moedas alternativas, simplicidade voluntária e economia informal expandida. A dimensão cultural-espiritual das ecovilas enfatiza um senso de alegria e pertencimento através de celebrações e rituais, expressões criativas e artísticas, respeito às diversas manifestações de espiritualidade e das tradições culturais, visão holística e crescimento pessoal (SVENSSON, 2002, p. 10-12).

Assim, para as autoras, cada ecovila se apresenta de forma singular, tendo em vista as priorizações feitas por seus membros, em menor ou maior escala, em relação aos aspectos de sustentabilidade com os quais se sentem mais vinculados. Neste sentido, existem ecovilas mais “comunitárias”, outras mais “ecológicas”, algumas mais “produtivas” ou mais “espirituais”, e assim por diante. Porém, não podemos pensar em ecovila sem que todos esses aspectos estejam presentes, de forma integrada, mesmo que um deles se sobressaia aos demais. Esta reflexão é importante, na medida em que tanto oferece uma base comum para o reconhecimento do fenômeno das ecovilas, como demonstra as múltiplas possibilidades e singularidades presentes nas mais diversas experiências espalhadas pelo mundo. No entanto, a visão de sustentabilidade por trás das experiências ecovileiras deve, necessariamente, estar vinculadas a princípios éticos e emancipatórios.





Ecovilas, Ética e Sustentabilidade



O crescente interesse com relação às ecovilas enquanto modelos de assentamentos humanos sustentáveis, no contexto atual do meio técnico-científico-informacional, não deve se distanciar de seus sentidos intencionais, políticos e éticos. A incorporação do discurso da sustentabilidade no mundo globalizado da racionalidade industrial pode esconder o desejo latente de tudo transformar em objeto (minuciosamente esmiuçado pelo saber científico) programado como produto para venda. Assim, pensar as ecovilas sob o ponto de vista da instrumentalidade técnica-mercantil contemporânea pressupõe uma descaracterização, pois seria concebê-las como protótipos capazes de serem reproduzidos em função de regras e interesses hegemônicos. Novas formas de territorialidades a serem mimetizadas como projetos “modernos”, capazes de dá respostas aos desequilíbrios atuais entre as sociedades e destas com a Natureza, para que o sistema continue.

Não é disto que se trata. Pois, corre-se o risco de vermos a criação de estruturas arquitetônicas e espaciais perfeitas, sob o ponto de vista da sustentabilidade, sem levarmos em consideração o motivo e o significado que vinculam as pessoas entre si, com o seu lugar e com as estruturas gerais da sociedade nas quais estão inseridas. Corre-se o risco de se desconsiderar a história e os propósitos que as tornaram significativas e singulares pela opção por uma vida comunitária, mais simples e comprometida com a Terra, em meio a um mundo ocupado com a crescente produtividade e consumismo.

Neste sentido, é fundamental que se pense a lógica da sustentabilidade, presente nas ecovilas, para além da modernidade técnica, subordinando-a a uma modernidade ética (BARTHOLO, 2001, p. 19). Para Bartholo, o desafio de uma possível sustentabilidade ética pressupõe duas premissas fundamentais. A primeira é marcada pela compreensão de que vivemos em um mundo dissociado em muitos aspectos (político-econômica-socialmente) e que, “o cerne da questão é a tarefa de se fornecer um enquadramento ético para as relações de poder assimétricas e, no limite, unilaterais e não-recíprocas” (Idem, Ibidem). A segunda diz da ética como “regulação do poder de agir”, que tem na responsabilidade (Jonas) seu princípio fundante, a partir de um compromisso explícito com a preservação do ser, ou seja, uma obrigação para com a “perenização da vida” (Idem, Ibidem, p.19-20).

Nos dois pressupostos acima, está a idéia de que um projeto político de sustentabilidade deve respeitar a diversidade e diferença entre as pessoas e povos, primar pela construção de estruturas sociais autônomas capazes de se manter com dignidade com base no fruto de seus trabalhos e conhecimentos, bem como manter um respeito fundamental pela Vida no Planeta da forma como a conhecemos hoje. Assim, como exercício do pensamento, propomos algumas sínteses reflexivas em torno da discussão das ecovilas enquanto projetos sustentáveis, vinculados a um caráter político e ético.

Primeiramente, está a idéia de que uma vida comunitária de baixo impacto e saudável pressupõe um não acúmulo exponencial de riquezas e bens, onde desenvolvimento não pode ser confundido com crescimento (GUIMARÃES, 1997, 55-56). Segundo, deve-se alertar para a possível apropriação do discurso da sustentabilidade pelo poder da ordem econômica dominante (LEFF, 2000, p. 263), que poderá “cair na tentação” de transformar as ecovilas em “galhinhas de ovos de ouro” do design ecológico e da arquitetura ambiental. Em terceiro, as ecovilas devem se desenvolver como espaços singulares criativos e de aprendizagem que garantam uma nova racionalidade ambiental que possa incluir um diálogo entre diversos saberes e tecnologias (LEFF, 2004). Em quarto, a autonomia deve ser um valor cultivado com força pelas ecovilas para manutenção de uma vida produtiva, política e de convivência baseada em sentidos identitários e meios de gestão próprios. Em quinto, como o existir pressupõe relações, o verdadeiro desenvolvimento de uma ecovila pressupõe um permanente e largo diálogo com o seu entorno mais imediato, com a sua região e com o mundo. Em sexto, sustentabilidade pressupõe enraizamento, tanto do ponto de vista territorial quanto do ponto de vista cultural, naquilo que H. Zaoual (2003) chama de sítios simbólicos de pertencimento. Por fim, como nos propõe Maurício Ribeiro (2005), a sustentabilidade também diz de uma ecologia do ser, exercida por meio de ações e visões holísticas e integrativas dos seres humanos e da Vida.

As ecovilas são territórios férteis para a realização de uma sustentabilidade ética. São também sementes em sólidos áridos. Hoje, nas tantas ecovilas espalhadas por diversos países, as experiências bem sucedidas se proliferam, não como meras aplicações de procedimentos exógenos, mas pelo sentido vivencial e territorializado com que são praticadas. Em sua grande maioria, são pessoas que decidiram colocar à prova seus ideais e concretamente buscam soluções simples para as questões mais básicas do viver humano na Terra: trabalhar, se alimentar, vestir, morar, educar os filhos, estabelecer relações e vínculos mútuos, bem tratar seus dejetos, buscar significados vivos para o inaudito. Se comprometem, dia a dia, com a construção de um mundo diferente. Como uma árvore, que brotando da casca dura de uma semente vai aos poucos encontrando seu lugar no mundo, aonde antes existia o desterro. Apaixonadamente, nos diz Buber:



(...) Somente quando o alegre ritmo da vida vencer a regra, somente quando a eternamente fluente e variável lei interna da Vida substituir a convenção do vazio e do falso, só então encontrará a verdade, pois ‘só o que é fértil é verdadeiro’. A Nova Comunidade quer preparar ativamente o caminho para esta verdade. BUBER, opus cit., p. 38.



A ecovila ideal não existe. Como também, por viverem em fundamentos tênues de sonhos, nelas há lugar para a diversidade, para erros e conflitos. Constroem, construindo-se, responsabilizando-se, nas bordas da institucionalização contemporânea. Mas, no núcleo do deixar-ser da Vida, em suas possibilidades plenas de gostos e desgostos, de variações e seguimentos, de sins e de nãos. Nas brechas, no fluxo...





Referências:





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quarta-feira, 16 de março de 2011

Nação ativa, nação passiva - Milton Santos

As novas condições materiais, base da globaliz ação perversa, poderão alavancar a mutação filosófica do homem

Publicado em 20/11/99 no caderno Mais! da Folha de São Paulo.





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A globalização atual e as formas brutais que adotou para impor mudanças levam à urgente necessidade de rever o que fazer com as coisas, as idéias e também com as palavras. Qualquer que seja o debate, hoje, reclama a explicitação clara e coerente dos seus termos, sem o que se pode facilmente cair no vazio ou na ambiguidade.

É o caso do próprio debate nacional, exigente de novas definições e vocabulário renovado. Como sempre, o país deve ser visto como uma situação estrutural em movimento, na qual cada elemento está intimamente relacionado com os demais. Agora, porém, no mundo da globalização, o reconhecimento dessa estrutura é difícil, do mesmo modo que a visualização de um projeto nacional pode se tornar obscura. Talvez por isso, os projetos das grandes empresas, impostos pela tirania das finanças e trombeteados pela mídia, acabem, de um jeito ou de outro, guiando a evolução dos países, em acordo ou não com as instâncias públicas, frequentemente dóceis e subservientes, deixando de lado o desenho de uma geopolítica própria a cada nação, que leve em conta suas características e interesses.

Assim, as noções de destino nacional e de projeto nacional cedem frequentemente a frente da cena a preocupações menores, pragmáticas, imediatistas, inclusive porque, pelas razões já expostas, os partidos políticos nacionais raramente apresentam plataformas conduzidas por objetivos políticos e sociais claros e que exprimam visões de conjunto. A idéia de história, sentido, destino é amesquinhada em nome da obtenção de metas estatísticas, cuja única preocupação é o conformismo diante das determinações do processo atual de globalização. Daí a produção sem contrapartida de desequilíbrios e distorções estruturais, acarretando mais fragmentação e desigualdade, tanto mais graves quanto mais abertos e obedientes se mostrem os países.

Tomemos o caso do Brasil. É mais que uma simples metáfora pensar que uma das formas de abordagem da questão seria considerar, dentro da nação, a existência, na realidade, de duas nações. Uma nação passiva e uma nação ativa. A grande ironia vem do fato de que as contabilidades nacionais, sendo globalizadas -e globalizantes!-, o que se passa a considerar como nação ativa é aquela que obedece cegamente ao desígnio globalitário, enquanto o resto acaba por constituir, desse ponto de vista, a nação passiva. A fazer valer tais postulados, a nação ativa seria a daqueles que aceitam, pregam e conduzem uma modernização que dá preeminência aos ajustes que interessam ao dinheiro, enquanto a nação passiva seria formada por tudo o mais.

Serão mesmo adequadas essas expressões? Ou aquilo que, desse modo, se está chamando de nação ativa seria, na realidade, a nação passiva, enquanto a nação chamada passiva seria, de fato, a nação ativa?

A chamada nação ativa, isto é, aquela que comparece eficazmente na contabilidade nacional e na contabilidade internacional, tem o seu modelo conduzido pelas burguesias internacionais e pelas burguesias nacionais associadas. É verdade, também, que o seu discurso globalizado, para ter eficácia local, necessita de um sotaque doméstico e por isso estimula um pensamento nacional associado, produzido por mentes cativas, subvencionadas ou não.

A nação chamada ativa alimenta a sua ação com a prevalência de um sistema ideológico que define as idéias de prosperidade e de riqueza e, paralelamente, a produção da conformidade. A "nação ativa" aparece como fluida, veloz, externamente articulada, internamente desarticuladora, entrópica. Será ela dinâmica? Como essa idéia é muito difundida, cabe lembrar que velocidade não é dinamismo. Esse movimento não é próprio, mas atribuído, tomado emprestado a um motor externo; ele não é genuíno, não tem finalidade, é desprovido de teleologia. Trata-se de uma agitação cega, um projeto equivocado, um dinamismo do diabo.

A nação chamada passiva é constituída pela grossa maior parte da população e da economia, aqueles que apenas participam de modo residual do mercado global ou cujas atividades conseguem sobreviver à sua margem, sem participar cabalmente da contabilidade pública ou das estatísticas oficiais. O pensamento que define e compreende os seus atores é o do intelectual público engajado na defesa dos interesses da maioria.

As atividades dessa nação passiva são frequentemente marcadas pela contradição entre a exigência prática da conformidade, isto é, a necessidade de participar direta ou indiretamente da racionalidade dominante, e a insatisfação e o inconformismo dos atores diante de resultados sempre limitados. Daí o encontro cotidiano de uma situação de inferiorização, tornada permanente, o que reforça em seus participantes a noção de escassez e convoca a uma reinterpretação da própria situação individual diante do lugar, do país e do mundo.

A "nação passiva" é estatisticamente lenta, colada às rugosidades do seu entorno, localmente enraizada e orgânica. É também a nação que mantém relações de simbiose com o entorno imediato, relações cotidianas que criam, espontaneamente e na contracorrente, uma cultura própria, endógena, resistente, que também constitui um alicerce, uma base sólida para a produção de uma política. Essa nação passiva mora ali onde vive e evolui, enquanto a outra apenas circula, utilizando os lugares como mais um recurso a seu serviço, mas sem outro compromisso.

Num primeiro momento, desarticulada pela "nação ativa", a "nação passiva" não pode alcançar um projeto conjunto. Aliás, o império dos interesses imediatos que se manifestam no exercício pragmático da vida contribui, sem dúvida, para tal desarticulação. Mas, num segundo momento, a tomada de consciência trazida pelo seu enraizamento no meio e, sobretudo, pela sua experiência da escassez, torna possível a produção de um projeto, cuja viabilidade provém do fato de que a nação chamada passiva é formada pela maior parte da população, além de ser dotada de um dinamismo próprio, autêntico, fundado em sua própria existência -daí sua veracidade e riqueza.

Podemos desse modo admitir que aquilo que, mediante o jogo de espelhos da globalização, ainda se chama de nação ativa é, na verdade, a nação passiva, enquanto o que, pelos mesmos parâmetros, é considerado como a nação passiva constitui, já no presente, mas sobretudo na ótica do futuro, a verdadeira nação ativa. Sua emergência será tanto mais viável, rápida e eficaz se se reconhecerem e revelarem a confluência dos modos de existência e de trabalho dos respectivos atores e a profunda unidade do seu destino.

Aqui, o papel dos intelectuais será, talvez, muito mais do que promover um simples combate às formas de ser da "nação ativa" -tarefa importante, mas insuficiente, nas atuais circunstâncias-, devendo empenhar-se por mostrar, analiticamente, dentro do todo nacional, a vida sistêmica da nação passiva e suas manifestações de resistência a uma conquista indiscriminada e totalitária do espaço social pela chamada nação ativa.

Tal visão renovada da realidade contraditória de cada fração do território deve ser oferecida à reflexão da sociedade em geral, tanto à sociedade organizada nas associações, sindicatos, igrejas, partidos etc., como também à sociedade desorganizada, que encontrará nessa nova interpretação os elementos necessários para a postulação e o exercício de uma outra política, mais condizente com a busca do interesse social.

quinta-feira, 10 de março de 2011

"Ascensão e queda das culturas de consumo" por Erik Assadourian

Estado do Mundo 2010 - Ascensão e queda das culturas de consumo




O relatório do Estado do Mundo 2010 - Transformando Culturas - Do Consumismo à Sustentabilidade, produzido pelo World Watch Institute, foi traduzido para português (do Brasil) pelo Instituto Akatu e está disponível para download na respectiva página.





Os parágrafos que transcrevo a seguir são extractos do capítulo "Ascensão e Queda das Culturas de Consumo", por Erik Assadourian.



"...

O consumo teve um crescimento tremendo nos últimos cinquenta anos, registrando um aumento de 28% em relação aos US$ 23,9 trilhões gastos em 1996 e seis vezes mais do que os US$ 4,9 trilhões gastos em 1960 (em dólares de 2008). Parte desse aumento é resultante do crescimento populacional, mas o número de seres humanos cresceu apenas a uma razão de 2,2 entre 1960 e 2006. Sendo assim, os gastos com consumo por pessoa praticamente triplicaram.

Como o consumo aumentou, mais combustíveis, minerais e metais foram extraídos da terra, mais árvores foram derrubadas e mais terra foi arada para o cultivo de alimentos (muitas vezes para alimentar gado, visto que pessoas com patamares de renda mais elevada começaram a comer mais carne). Entre 1950 e 2005, por exemplo, a produção de metais cresceu seis vezes, a de petróleo, oito, e o consumo de gás natural, 14 vezes. No total, 60 bilhões de toneladas de recursos são hoje extraídas anualmente – cerca de 50% a mais do que há apenas 30 anos. Hoje, o europeu médio usa 43 quilos de recursos diariamente, e o americano médio, 88 quilos. No final das contas, o mundo extrai o equivalente a 112 edifícios Empire State da Terra a cada dia.

A exploração desses recursos para a manutenção de níveis de consumo cada vez mais altos vem exercendo pressão crescente sobre os sistemas da Terra, e esse processo vem destruindo com grande impacto os sistemas ecológicos dos quais a humanidade e incontáveis outras espécies dependem.

...

E a mudança climática é apenas um dos muitos sintomas de níveis excessivos de consumo. A poluição do ar, a destruição média de 7 milhões de hectares de floresta por ano, a erosão do solo, a produção anual de mais de 100 milhões de toneladas de dejetos perigosos, práticas trabalhistas abusivas movidas pelo desejo de produzir bens de consumo em maior quantidade e a preço mais baixo, obesidade, estresse crescente – a lista poderia continuar indefinidamente. Todos esses problemas são quase sempre tratados em separado, ainda que muitas de suas raízes remontem aos atuais padrões de consumo.

Além de serem acima de tudo excessivos, os níveis de consumo moderno são altamente enviesados, e, entre os ricos, assumem responsabilidade desproporcional pelos males ambientais de nossos dias.

...

O consumismo está hoje infiltrado de modo tão absoluto nas culturas humanas que, por vezes, fica até difícil reconhecê-lo como uma construção cultural. Ele dá a impressão de ser simplesmente natural. Mas, de fato, os elementos culturais – linguagem e símbolos, normas e tradições, valores e instituições – foram profundamente transformados pelo consumismo em sociedades do mundo todo. De fato, “consumidor” hoje em dia é com frequência usado como sinônimo de pessoa nos 10 idiomas mais usados no mundo, e seria plausível pensar em um número bem maior.

...

O consumismo também está afetando os valores das pessoas. A crença de que mais riqueza e mais posses materiais são essenciais para se chegar a uma vida boa aumentou de modo surpreendente em muitos países nas últimas décadas. Uma pesquisa anual com alunos de primeiro ano de faculdades nos Estados Unidos investigou durante mais de 35 anos as prioridades de vida dos alunos. No transcorrer desse tempo, a importância atribuída a ter boa situação financeira aumentou, enquanto a importância atribuída à construção de uma filosofia de vida plena de sentido diminui.

...

Talvez a crítica mais forte às escolas seja o fato de que elas representam um enorme desperdício de oportunidade para combater o consumismo e educar alunos em relação a seus efeitos sobre as pessoas e o meio ambiente. Poucas escolas ensinam educomunicação para ajudar os alunos a interpretar o marketing; poucas ensinam ou servem de modelo de alimentação adequada, inclusive ao propiciarem acesso a produtos de consumo não saudáveis ou não sustentáveis; e poucas ensinam uma compreensão básica das ciências ecológicas, em especial, que a espécie humana não é distinta e que, para sobreviver, é tão dependente de um sistema terrestre que funcione quanto qualquer outra espécie. A falta de integração desse conhecimento básico ao currículo escolar, aliada à repetida exposição a bens de consumo e publicidade, além de um lazer voltado em grande parte à televisão, ajuda a reforçar a ideia fantasiosa de que os seres humanos estão separados da Terra e a ilusão de que o aumento perpétuo de consumo é ecologicamente possível e mesmo vantajoso.

...

Um grande número de movimentos sociais está começando a se formar para, direta ou indiretamente, tratar de questões de sustentabilidade. Centenas de milhares de organizações estão trabalhando, não raro por conta própria e sem se conhecerem, muitos aspectos essenciais referentes à criação de culturas sustentáveis – como justiça social e ambiental, responsabilidade corporativa, recuperação de ecossistemas e reformagovernamental. “Esse movimento anônimo é o mais diversificado que o mundo já testemunhou”, explica o ambientalista Paul Hawken. “Creio que a própria palavra movimento seja muito limitada para descrevê-lo”. Juntos, eles têm o poder de redirecionar o ímpeto consumista e oferecer uma visão de um futuro sustentável que interessa a todos. As iniciativas para que se estimule trabalhar menos e viver de modo mais simples, o movimento Slow Food, Cidades em Transição e ecovilas estão inspirando as pessoas e conferindo-lhes poder de participação para que redirecionem as próprias vidas e amplos setores da sociedade rumo à sustentabilidade .

...

Talvez em um ou dois séculos, ações abrangentes para liderar uma nova orientação cultural não sejam mais necessárias, quando as pessoas tiverem internalizado muitas dessas novas ideias, enxergando a sustentabilidade – e não o consumismo – como “natural”. Até então, redes de pioneiros culturais serão necessárias para impelir as pessoas proativa e intencionalmente a acelerar essa mudança. A antropóloga Margaret Mead é muitas vezes citada por dizer: “Jamais duvide que um pequeno grupo de cidadãos comprometidos e sensatos consegue mudar o mundo. De fato, é a única atitude que sempre o mudou”. Com a interconexão de tantos cidadãos mobilizados, organizados e comprometidos em difundir um modo de vida sustentável, um novo paradigma cultural pode surgir, permitindo à humanidade viver vidas melhores e mais longas no futuro."

SER(ES) AFINS