ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS:
UMA NOVA ESTRATÉGIA DE AÇÃO PARA O SEBRAE
Glossário de Arranjos e Sistemas Produtivos
e Inovativos Locais
novembro, 2003
Coordenação Geral do Projeto e do Glossário
Helena M.M. Lastres
José E. Cassiolato
Page 2
GASPIL
Glossário de Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais
Índice
1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................2
POR QUE ARRANJOS E SISTEMAS........................................................................................................3
COMO SE DEFINEM ............................................................................................................................3
COMO SE ORIGINAM ..........................................................................................................................4
O QUE OS CARACTERIZA ...................................................................................................................4
ABORDAGENS ANÁLOGAS .................................................................................................................5
2 - CONCEITOS E TERMOS......................................................................................................................7
AGLOMERAÇÃO ................................................................................................................................7
APRENDIZADO ..................................................................................................................................7
CADEIA PRODUTIVA..........................................................................................................................8
CAPACITAÇÃO...................................................................................................................................9
CAPITAL SOCIAL ...............................................................................................................................9
CLUSTER.........................................................................................................................................10
COMPETITIVIDADE ..........................................................................................................................10
CONHECIMENTO..............................................................................................................................11
COOPERAÇÃO..................................................................................................................................11
COOPERATIVA.................................................................................................................................12
DISTRITO INDUSTRIAL.....................................................................................................................13
ECONOMIA, SOCIEDADE OU ERA DO APRENDIZADO .......................................................................13
ECONOMIA, SOCIEDADE OU ERA DO CONHECIMENTO.....................................................................13
ECONOMIA, SOCIEDADE OU ERA DA INFORMAÇÃO.........................................................................14
GOVERNANÇA.................................................................................................................................14
INOVAÇÃO ......................................................................................................................................15
INSTITUIÇÃO ...................................................................................................................................17
LOCAL.............................................................................................................................................17
MILIEU INOVADOR (AMBIENTE INOVADOR)....................................................................................18
PARADIGMA TECNO-ECONÔMICO ....................................................................................................18
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO (P&D).........................................................................................19
POLÍTICA INDUSTRIAL.....................................................................................................................20
PÓLO E PARQUE CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO ..................................................................................20
PÓLO DE CRESCIMENTO E DE DESENVOLVIMENTO...........................................................................21
REDE DE EMPRESA ..........................................................................................................................22
REGIÃO ...........................................................................................................................................23
SETOR .............................................................................................................................................23
SISTEMA DE INOVAÇÃO...................................................................................................................24
TERRITÓRIO E TERRITORIALIDADE ..................................................................................................24
3 - BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................................................26
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
2
Page 3
GASPIL
Glossário de Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais1
Este documento visa apresentar um conjunto de conceitos e definições associados à caracterização,
análise e promoção de arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais. Tem-se como base a
conceituação desenvolvida no escopo dos trabalhos de pesquisadores da RedeSist2, bem como
contribuições de um conjunto de autores que vêm servindo de referência na estruturação do
arcabouço teórico-conceitual que a RedeSist utiliza. Busca-se homogeneizar e consolidar o
entendimento sobre os principais termos adotados por aqueles que utilizam o enforque conceitual e
analítico que a RedeSist vem desenvolvendo desde sua formalização em 1997.
Por que arranjos e sistemas
O conceito e a abordagem metodológica de arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais –
ASPLs (i) destacam o papel central da inovação e do aprendizado interativos, como fatores de
competitividade sustentada; (ii) englobam empresas e outros agentes, assim como atividades
conexas que caracterizam qualquer sistema de produção.
Os principais resultados das pesquisas realizadas pela RedeSist em diferentes regiões do país
confirmam que a aglomeração de empresas e o aproveitamento das sinergias geradas por suas
interações fortalecem suas chances de sobrevivência e crescimento, constituindo-se em importante
fonte de vantagens competitivas duradouras. A participação dinâmica em arranjos produtivos locais
tem auxiliado empresas, especialmente as de micro, pequeno e médio portes, a ultrapassarem as
conhecidas barreiras ao crescimento, a produzirem eficientemente e a comercializarem seus
produtos em mercados nacionais e até internacionais.
As políticas dos diferentes países vêm crescentemente incorporando estas tendências. As novas
formas e instrumentos de promoção do desenvolvimento industrial e inovativo tendem, cada vez
mais, a focalizar prioritariamente sistemas e arranjos produtivos locais.
Essa abordagem em torno dos ASPLs é realizada em um momento em que o sistema produtivo e a
ordem geopolítica mundiais passam por profundas e importantes transformações, associadas à
emergência da Economia, Sociedade ou Era do Conhecimento e do Aprendizado, bem como à
aceleração do processo de globalização e de competição.
Como se definem
Arranjos produtivos locais são aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e
sociais - com foco em um conjunto específico de atividades econômicas - que apresentam vínculos
mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas - que podem
ser desde produtoras de bens e serviços finais até fornecedoras de insumos e equipamentos,
prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros - e suas variadas
1 Uma primeira versão deste Glossário foi organizada por Sarita Albagli e Jorge Britto em fevereiro de 2003, contando
com a colaboração de Cristina Lemos, Renato Campos, Arlindo Villaschi, Jair do Amaral, Maria Lúcia Maciel, Marcos
Vargas, Marina Szapiro e Liz-Rejane Legey, além dos coordenadores gerais do projeto. A revisão finalizada em outubro
de 2003 foi realizada por Helena Lastres e José Cassiolato, contando com o apoio administrativo de Fabiane e Tatiane
da Costa Morais.
2 A Rede de Sistemas Produtivos e Inovativos Locais - RedSist é uma rede de pesquisa interdisciplinar, formalizada
desde 1997, sediada no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e que conta com a
participação de várias universidades e institutos de pesquisa no Brasil, além de manter parcerias com outras
organizações internacionais.
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
3
Page 4
GASPIL
formas de representação e associação. Incluem também diversas outras organizações públicas e
privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e
universidades; pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento.
Sistemas produtivos e inovativos locais são aqueles arranjos produtivos em que interdependência,
articulação e vínculos consistentes resultam em interação, cooperação e aprendizagem, com
potencial de gerar o incremento da capacidade inovativa endógena, da competitividade e do
desenvolvimento local.
Como se originam
A formação de arranjos e sistemas produtivos locais encontra-se geralmente associada a trajetórias
históricas de construção de identidades e de formação de vínculos territoriais (regionais e locais), a
partir de uma base social, cultural, política e econômica comum. São mais propícios a
desenvolverem-se em ambientes favoráveis à interação, à cooperação e à confiança entre os atores.
A ação de políticas tanto públicas como privadas pode contribuir para fomentar e estimular tais
processos históricos de longo prazo.
O que os caracteriza
• Dimensão territorial - Na abordagem dos ASPLs, a dimensão territorial constitui recorte
específico de análise e de ação política, definindo o espaço onde processos produtivos,
inovativos e cooperativos têm lugar, tais como: município ou áreas de um município; conjunto
de municípios; micro-região; conjunto de micro-regiões, entre outros. A proximidade ou
concentração geográfica, levando ao compartilhamento de visões e valores econômicos, sociais
e culturais, constitui fonte de dinamismo local, bem como de diversidade e de vantagens
competitivas em relação a outras regiões.
• Diversidade de atividades e atores econômicos, políticos e sociais – Os ASPLs geralmente
envolvem a participação e a interação não apenas de empresas – que podem ser desde
produtoras de bens e serviços finais até fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de
serviços, comercializadoras, clientes, entre outros - e suas variadas formas de representação e
associação, como também de diversas outras organizações públicas e privadas voltadas para:
formação e capacitação de recursos humanos; pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política,
promoção e financiamento. Aí incluem-se portanto universidades, organizações de pesquisa,
empresas de consultoria e de assistência técnica, órgãos públicos, organizações privadas e não
governamentais, entre outros.
• Conhecimento tácito – Nos ASPLs, geralmente verificam-se processos de geração,
compartilhamento e socialização de conhecimentos, por parte de empresas, organizações e
indivíduos. Particularmente de conhecimentos tácitos, ou seja, aqueles que não estão
codificados, mas que estão implícitos e incorporados em indivíduos, organizações e até regiões.
O conhecimento tácito apresenta forte especificidade local, decorrendo da proximidade
territorial e/ou de identidades culturais, sociais e empresariais. Isto facilita sua circulação em
organizações ou contextos geográficos específicos, mas dificulta ou mesmo impede seu acesso
por atores externos a tais contextos, tornando-se portanto elemento de vantagem competitiva de
que o detém.
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
4
Page 5
GASPIL
• Inovação e aprendizado interativos – Nos ASPLs, o aprendizado interativo constitui fonte
fundamental para a transmissão de conhecimentos e a ampliação da capacitação produtiva e
inovativa das empresas e outras organizações. A capacitação inovativa possibilita a introdução
de novos produtos, processos, métodos e formatos organizacionais, sendo essencial para garantir
a competitividade sustentada dos diferentes atores locais, tanto individual como coletivamente.
• Governança – No caso específico dos ASPLs, governança refere-se aos diferentes modos de
coordenação entre os agentes e atividades, que envolvem da produção à distribuição de bens e
serviços, assim como o processo de geração, disseminação e uso de conhecimentos e de
inovações. Existem diferentes formas de governança e hierarquias nos sistemas e arranjos
produtivos, representando formas diferenciadas de poder na tomada de decisão (centralizada e
descentralizada; mais ou menos formalizada).
• Grau de enraizamento – Envolve geralmente as articulações e envolvimento dos diferentes
agentes dos ASPLs com as capacitações e os recursos humanos, naturais, técnico-científicos,
financeiros, assim como com outras organizações e com o mercado consumidor locais.
Elementos determinantes do grau de enraizamento geralmente incluem: o nível de agregação de
valor, a origem e o controle das organizações e o destino da produção (local, nacional e
estrangeiro).
Abordagens análogas
Diversos enfoques procuram ressaltar a importância da articulação de empresas, parte dos quais
incorporam a dimensão territorial. A abordagem dos ASPL caracteriza-se, particularmente, por
ressaltar a importância do aprendizado interativo, envolvendo – além de empresas - diferentes
conjuntos de atores em âmbito local, como elemento central de dinamização do processo inovativo.
Como principais traços de abordagens análogas, destacam-se:
Cadeia produtiva
• Refere-se a conjunto de etapas consecutivas pelas quais passam e vão sendo transformados e
transferidos os diversos insumos, em ciclos de produção, distribuição e comercialização de bens
e serviços.
• Implica em divisão de trabalho, na qual cada agente ou conjunto de agentes realiza etapas
distintas do processo produtivo.
• Não se restringe, necessariamente, a uma mesma região ou localidade
Cluster
• Refere-se à aglomeração territorial de empresas, com características similares.
• Em algumas concepções enfatiza-se mais o aspecto da concorrência, do que o da cooperação,
como fator de dinamismo.
• Algumas abordagens reconhecem a importância da inovação, que é vista, porém, de uma
maneira simplificada (por exemplo, como aquisição de equipamentos).
• Não contempla necessariamente outros atores, além das empresas, tais como organizações de
ensino, pesquisa e desenvolvimento, apoio técnico, financiamento, promoção, entre outros.
Distrito industrial
• Refere-se a aglomerações de empresas, com elevado grau de especialização e interdependência,
seja de caráter horizontal (entre empresas de um mesmo segmento, ou seja, que realizam
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
5
Page 6
GASPIL
atividades similares) ou vertical (entre empresas que desenvolvem atividades complementares
em diferentes estágios da cadeia produtiva)
• No Brasil, freqüentemente utiliza-se a noção de distrito industrial para designar determinadas
localidades ou regiões definidas para a instalação de empresas, muitas vezes contando com a
concessão de incentivos governamentais.
Milieu inovador
• O foco é no ambiente social que favorece a inovação e não em atividades produtivas.
Pólos, parques científicos e tecnológicos
• Referem-se predominante a aglomerações de empresas de base tecnológica articuladas a
universidades e centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Rede de empresas
• Refere-se a formatos organizacionais, definidos a partir de um conjunto de articulações entre
empresas, que podem estar presentes em quaisquer dos aglomerados produtivos mencionados.
• Envolve a realização de transações e/ou o intercâmbio de informações e conhecimentos entre os
agentes, não implicando necessariamente na proximidade espacial de seus integrantes.
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
6
Page 7
GASPIL
2 - Conceitos e termos
Aglomeração
O termo aglomeração – produtiva, científica, tecnológica e/ou inovativa – tem como aspecto central
a proximidade territorial de agentes econômicos, políticos e sociais (empresas e outras organizações
e organizações públicas e privadas). Uma questão importante, associada a esse termo, é a formação
de economias de aglomeração, ou seja, as vantagens oriundas da proximidade geográfica dos
agentes, incluindo acesso a matérias-primas, equipamentos, mão-de-obra e outros. Considera-se que
a aglomeração de empresas amplie suas chances de sobrevivência e crescimento, constituindo-se
em relevante fonte geradora de vantagens competitivas. Isto é particularmente significativo no caso
de micro e pequenas empresas.
Em uma definição ampla, é possível incluir os diferentes tipos de aglomerados referidos na
literatura - tais como distritos e pólos industriais, clusters, arranjos produtivos e inovativos locais,
redes de empresas, entre outros. Geralmente, essas aglomerações envolvem algum tipo de
especialização produtiva da região em que se localizam.
Na realidade, cada tipo de aglomeração pode envolver diferentes atores, além de refletir formas
diferenciadas de articulação, governança e enraizamento. Do mesmo modo, uma região pode
apresentar diferentes tipos de aglomerações; assim como cada empresa pode participar de diferentes
formas de interação, por exemplo, fazendo parte ao mesmo tempo de um distrito industrial e
inserindo-se em uma cadeia produtiva global.
O ressurgimento da região ou localidade como foco central de vantagens competitivas e inovativas,
a partir da década de 1970, foi largamente ilustrado pelo sucesso de algumas experiências de
economias regionais e distritos industriais, cujo dinamismo encontrava-se fundamentado
extensivamente em ativos locais, tais como os distritos industriais na região da Terceira Itália, o
Vale do Silício na Califórnia, Baden-Wurttemberg, na Alemanha, entre outras.
Fontes: Lastres et al. (1999); Lastres e Cassiolato (1999); Vargas (2002)
Ver: Cadeia Produtiva; Cluster; Distrito Industrial; Milieu Inovativo; Pólos e Parques Científico-
Tecnológicos
Aprendizado
Aprendizado refere-se à aquisição e à construção de diferentes tipos de conhecimentos,
competências e habilidades, não se limitando a ter acesso a informações.
Do ponto de vista epistemológico, a discussão em torno do conceito de aprendizado vincula-se à
compreensão sobre a origem e evolução dos hábitos cognitivos e estruturas de compreensão nos
indivíduos. Em outras palavras, envolve uma tentativa de desvendar os mecanismos de
funcionamento da mente humana com relação ao processo pelo qual indivíduos adquirem e utilizam
seus conhecimentos como base para formar suas opiniões e pautar suas ações e tomadas de
decisões.
Na literatura econômica, o conceito de aprendizado pode estar associado a um processo cumulativo
através do qual as organizações (através de seus recursos humanos) adquirem e ampliam seus
conhecimentos, aperfeiçoam procedimentos de busca e refinam habilidades em desenvolver,
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
7
Page 8
GASPIL
produzir e comercializar bens e serviços. Dentre os impactos do processo do aprendizado, do ponto
de vista da empresa e de conjuntos de empresas, destacam-se o aumento de sua eficiência produtiva
e administrativa, assim como, o maior dinamismo da inovação.
Dentre as várias formas de aprendizado, relevantes ao processo de inovação e ao desenvolvimento
de capacitações produtivas, tecnológicas e organizacionais, destacam-se:
- Formas de aprendizado a partir de fontes internas à empresa, incluindo: aprendizado com
experiência própria, no processo de produção (learning-by-doing), comercialização e uso
(learning-by-using); na busca de novas soluções em suas unidades de pesquisa e
desenvolvimento (learning-by-searching) ou instâncias; e
- Formas de aprendizado a partir de fontes externas, incluindo processo de compra, cooperação e
interação com: fornecedores (de matérias-primas, componentes e equipamentos), concorrentes,
licenciadores, licenciados, clientes, usuários, consultores, sócios, prestadores de serviços,
organismos de apoio, entre outros (learning-by-interacting and cooperating); e aprendizado por
imitação, gerado da reprodução de inovações introduzidas por outras organizações, a partir de:
engenharia reversa, contratação de pessoal especializado, etc. (learning-by-imitating).
Ainda que as empresas permaneçam como centro dos processos de aprendizado e de inovação, estes
são influenciados pelos contextos mais amplo onde se inserem. Em outras palavras, processos de
aprendizado e de inovação não ocorrem num ‘vácuo’ institucional. A natureza e intensidade das
interações entre diferentes atores refletem as condições do ambiente econômico e também social,
cultural e institucional. Assim, a análise da especificidade e dinâmica institucional de arranjos
produtivos constitui-se em elemento crucial para compreensão do processo de capacitação
produtiva e inovativa.
Fontes: Johnson e Lundvall (2003); Lastres, Vargas e Lemos (2000); Gregersen e Johnson (2001);
Cassiolato (2002), Katz (1974 e 1987).
Ver: Capital social; Conhecimento; Cooperação; Inovação
Cadeia produtiva
É o encadeamento de atividades econômicas pelas quais passam e vão sendo transformados e
transferidos os diversos insumos, incluindo desde as matérias-primas, máquinas e equipamentos,
produtos intermediários até os finais, sua distribuição e comercialização. Resulta de e implica em
crescente divisão e de trabalho, na qual cada agente ou conjunto de agentes especializa-se em etapas
distintas do processo produtivo. Uma cadeia produtiva pode ser de âmbito local, regional, nacional
ou mundial.
Cadeias produtivas podem ser identificadas a partir da análise de relações interindustriais expressas
em matrizes insumo-produto (por exemplo, a partir da análise das transações de compra venda entre
fornecedores e compradores em um determinado ramo industrial).
Um arranjo produtivo pode conter uma cadeia produtiva estruturada localmente ou fazer parte de
uma cadeia produtiva de maior abrangência espacial (por exemplo, de âmbito nacional ou mundial).
Fonte: Britto (2002); www.mdic.gov.br
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
8
Page 9
GASPIL
Ver: Cadeia Produtiva; Cluster; Distrito Industrial; Milieu Inovativo; Pólos e Parques Científico-
Tecnológicos
Capacitação
Capacitação refere-se à acumulação de conhecimentos e habilidades, por indivíduos e organizações,
a partir de processos de aprendizado. A capacitação de empresas permite-lhes desenvolver e
reproduzir padrões produtivos e inovativos mais avançados, possibilitando o incremento de sua
dotação de recursos tangíveis (equipamentos, infra-estrutura) e intangíveis (conhecimentos,
habilidades, competências) e, deste modo, o aumento de sua competitividade.
Capacidade produtiva refere-se aos recursos necessários à produção de bens, tais como: habilidades
(experiência e know-how operativo e gerencial), equipamentos (tecnologia incorporada),
especificações de produto e insumo e sistemas organizacionais. Já a capacitação inovativa refere-se
aos recursos necessários para gerar e operar a mudança técnica e o dinamismo produtivo, incluindo
habilidades, conhecimento e experiência, além da existência de capacidade para interagir com
outros agentes.
De forma geral, pode-se dizer que as capacitações empresariais referem-se a: (i) Capacitação
Produtiva: geralmente envolve a atualização de produtos e processos. Inclui a difusão, no âmbito da
firma, de procedimentos operacionais que possibilitam incrementar os níveis de qualidade e
produtividade; (ii) Capacitação Inovativa: refere-se ao domínio de conhecimentos e tecnologias
que são fundamentais para a introdução de inovações tecnológicas e organizacionais e para a
exploração de novas oportunidades.
Fontes: Bell e Pavitt (1993); Britto (2001); Malerba e Orsenigo (1997); Katz (1974 e 1987).
Ver: Aprendizado; Conhecimento; Inovação
Capital social
Capital social refere-se a um conjunto de instituições formais e informais, incluindo hábitos e
normas sociais, que afetam os níveis de confiança, interação e aprendizado em um sistema social. A
emergência do tema do capital social vincula-se ao reconhecimento da importância de se
considerarem a estrutura e as relações sociais como fundamentais para se compreender e intervir
sobre a dinâmica econômica.
Um elevado nível de capital social propicia relações de cooperação, que favorecem o aprendizado
interativo, bem como a construção e transmissão do conhecimento tácito. Facilita portanto ações
coletivas geradoras de arranjos produtivos articulados.
Esse termo foi cunhado a partir dos trabalhos dos sociólogos Pierre Bourdieu, James Coleman e
Robert Putnam. Critica-se, no entanto, a rotulação de “capital social” a esse importante conjunto de
instituições dos sistemas sociais.
Fontes: Albagli e Maciel (2003)
Ver: Aprendizado; Conhecimento; Cooperação; Inovação; Instituição
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
9
Page 10
GASPIL
Cluster
O termo cluster associa-se à tradição anglo-americana e, genericamente, refere-se a aglomerados
territoriais de empresas, desenvolvendo atividades similares. Ao longo de seu desenvolvimento, o
conceito ganhou nuances de interpretação. Michael Porter, por exemplo, em seus trabalhos sobre
competitividade, utilizou o conceito de cluster para destacar a importância da proximidade
geográfica, não apenas de fornecedores, mas também de empresas rivais e clientes para o
desenvolvimento empresarial dinâmico, argumentando que as vantagens competitivas na economia
global derivam de uma constelação de fatores locais que sustentam o dinamismo das empresas
líderes. O autor colocou mais ênfase no aspecto de rivalidade (concorrência) entre empresas, como
estimulador da competitividade, do que na idéia de cooperação.
Hubert Schmitz, definiu clusters como concentrações geográficas e setoriais de empresas e
introduziu a noção de eficiência coletiva que descreve os ganhos competitivos associados à
interação entre empresas em nível local, além de outras vantagens derivadas da aglomeração.
Algumas das abordagens sobre cluster reconhecem a importância da tecnologia e da inovação, que
são vistas, porém, de maneira simplificada, por exemplo, como mera aquisição de equipamentos.
Fontes: Porter (1990); Schmitz, (1995); Lastres et al (1999); Cassiolato e Szapiro (2003)
Ver: Aglomerados; Cadeia Produtiva; Distrito Industrial; Milieu Inovativo; Pólos e Parques
Científico-Tecnológicos
Competitividade
Tomando-se a firma como elemento básico de análise, competitividade pode ser definida como a
capacidade da empresa formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam
ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado. Distingue-se de
competitividade espúria, segundo a qual o baixo custo dos produtos deve-se maiormente aos
reduzidos salários pagos, ao uso intensivo de recursos não renováveis sem a perspectiva de longo
prazo, assim como ao uso de taxas cambiais e de juros com finalidades comerciais de curto prazo.
Segundo uma perspectiva sistêmica de análise, a competitividade da firma não depende apenas de
sua conduta individual, mas também de variáveis macroeconômicas, político-institucionais,
reguladoras, sociais e de infra-estrutura, em níveis local, nacional e internacional.
A abordagem dos ASPLs refere-se à competitividade de conjuntos articulados de empresas. Supõe
que o aproveitamento das sinergias coletivas geradas pelas interações entre empresas e destas com
os demais atores do ambiente onde se localizam – envolvendo cooperação e processos de
aprendizado e inovação interativos – são determinantes da competitividade desses aglomerados
produtivos. Daí porque tal abordagem vem sendo crescentemente adotada em políticas orientadas
para ampliação da competitividade de países e regiões.
As formas de competitividade sustentada e dinâmica dependem principalmente da capacidade de
aprendizagem de competências específicas para a aquisição de conhecimentos, associada-se direto,
às especificidades dos recursos humanos, e à capacitação produtiva e inovativa das empresas.
Fontes: Lastres et al (1999); Coutinho e Ferraz (1995), Fanjzylber (1980)
Ver: Aprendizado; Conhecimento; Cooperação; Inovação
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
10
Page 11
GASPIL
Conhecimento
Originalmente, a distinção entre conhecimento tácito e codificado remonta ao trabalho de Michael
Polanyi (1958), ao assinalar que o que sabemos é mais do que conseguimos falar ou descrever.
Conhecimento codificado é o conhecimento formalizado e estruturado, podendo ser manipulado
como informação. Inclui o conjunto de conhecimentos que podem ser transmitidos através da
comunicação formal entre os agentes, mas cuja decodificação requer conhecimentos tácitos prévios.
Conhecimento tácito, por sua vez, é o conhecimento que reside em crenças, valores, saberes e
habilidades do indivíduo ou organização. Incluem-se aí: i) saberes sobre o processo produtivo que
não estão disponíveis em manuais; ii) saberes gerais e comportamentais; iii) capacidade para
resolução de problemas não codificados; iv) capacidade para estabelecer vínculos entre situações e
interagir com outros recursos humanos. O conhecimento tácito geralmente encontra-se associado a
contextos organizacionais ou geográficos específicos, como é o caso de arranjos produtivos locais.
Tal característica contribui para sua circulação localizada e dificulta ou mesmo impede sua
transmissão, acesso e uso por atores externos a tais contextos. O aprendizado interativo é a principal
forma de transmissão de conhecimento tácito.
Johnson e Lundvall sugerem quatro categorias distintas de conhecimento, que se inserem na
percepção das dimensões tácitas e codificadas do conhecimento:
- “conhecer o quê” (know-what) refere-se ao conhecimento sobre fatos e aproxima-se do que
comumente chamamos de informação;
- “conhecer por que” (know-why) refere-se a conhecimentos sobre princípios e leis naturais e
sociais e aproxima-se do que comumente chamamos de conhecimento científico;
- “conhecer como” (know-how) refere-se às capacitações que permitem fazer algo e é o que mais se
aproxima do conceito de conhecimento tácito;
- “conhecer quem” (know-who) refere-se a conhecimentos sobre ‘quem sabe o que’ e ‘quem sabe
como fazer o que’.
Em APLs, é possível encontrar esses vários tipos de conhecimento, dos mais simples ao mais
complexos, ligados seja a atividades de alta tecnologia ou a atividades tradicionais. Dentre os
fatores de diferenciação dos APLs destaca-se a riqueza e particularidades dos conhecimentos tácitos
ali existentes.
Fontes: Lundvall (1996); Lemos (1999); Johnson e Lundvall (2003); Gregersen e Johnson (2001)
Ver: Aprendizado; Capacitação; Capital social
Cooperação
O significado genérico de cooperação é o de trabalhar em comum, envolvendo relações de
confiança mútua e coordenação, em níveis diferenciados, entre os agentes.
Em arranjos produtivos locais, identificam-se diferentes tipos de cooperação, incluindo a
cooperação produtiva visando a obtenção de economias de escala e de escopo, bem como a
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
11
Page 12
GASPIL
melhoria dos índices de qualidade e produtividade; e a cooperação inovativa, que resulta na
diminuição de riscos, custos, tempo e, principalmente, no aprendizado interativo, dinamizando o
potencial inovativo do arranjo produtivo local. A cooperação pode ocorrer por meio de:
• intercâmbio sistemático de informações produtivas, tecnológicas e mercadológicas (com clientes,
fornecedores, concorrentes e outros)
• interação de vários tipos, envolvendo empresas e outras organizações, por meio de programas
comuns de treinamento, realização de eventos/feiras, cursos e seminários, entre outros
• integração de competências, por meio da realização de projetos conjuntos, incluindo desde
melhoria de produtos e processos até pesquisa e desenvolvimento propriamente dita, entre
empresas e destas com outras organizações
Fonte: Cassiolato (2002); Lemos (2002)
Ver: Capital social; Conhecimento; Inovação
Cooperativa
A Organização das Cooperativas Brasileiras define cooperativa como “uma associação autônoma de
pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas,
sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente
gerida”.
De acordo com a Lei no. 5.764, de 16 de dezembro de 1971, cooperativas são sociedades de
pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência,
constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades por um
conjunto de características, definidas na referida Lei.
Já cooperativa popular pode ser definida como empresa cooperativa (ou associação similar com
outra denominação, quando relevante), pessoa jurídica, produzindo bens e/ou serviços, que visa
primordialmente incluir no espaço da atividade econômica parcelas da população até então
excluídas (por desemprego estrutural, por carência de instrução e qualificação ou por falta de
oportunidades econômicas resultante de subdesenvolvimento econômico local ou de reestruturação
do Estado e do mercado), com sustentabilidade econômica de longo prazo, conforme os princípios
de auto-gestão, participação e autonomia.
A criação/articulação de cooperativas em arranjos produtivos locais pode, por um lado, contribuir
para a geração de emprego e renda e a inclusão de populações social e economicamente
marginalizadas. Por outro, pode também ajudar a assegurar a sustentabilidade de longo prazo da
própria cooperativa, inserida na dinâmica econômica local mais ampla e no impulso coletivo de
desenvolvimento, envolvendo a participação dos diversos atores e instituições sociais.
Fonte: Maciel (2002)
Ver: Capital social
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
12
Page 13
GASPIL
Distrito industrial
O conceito de distritos industriais foi introduzido pelo economista inglês Alfred Marshall, em fins
do século XIX. Tal conceito deriva de um padrão de organização comum à Inglaterra do período,
onde pequenas firmas concentradas na manufatura de produtos específicos, em atividades
econômicas como têxtil, gráfica e cutelaria, aglomeravam-se em geral na periferia dos centros
produtores.
As características básicas dos modelos clássicos de distritos industriais, caracterizados a partir da
análise original de Marshall, indicam em vários casos: alto grau de especialização e forte divisão de
trabalho; acesso à mão-de-obra qualificada; existência de fornecedores locais de insumos e bens
intermediários; sistemas de comercialização e de troca de informações entre os agentes. Argumenta-
se, nesse sentido, que a organização do distrito industrial permite às empresas obterem ganhos de
escala, reduzindo custos, bem como gerando economias externas significativas (como por exemplo
acesso a mão de obra qualificada), ressaltando particularmente as vantagens para pequenas firmas.
A literatura recente sobre distritos industriais focalizou, inicialmente, a chamada Terceira Itália
(centro e nordeste italiano) e, posteriormente, em outros países europeus e nos EUA.
Fontes: Lastres et al (1999); Cassiolato e Szapiro, 2003.
Ver: Aglomerado; Cluster; Cadeia Produtiva
Economia, Sociedade ou Era do Aprendizado
O termo economia e sociedade do aprendizado baseia-se na hipótese de que, nas últimas décadas,
vem-se acelerando e tornando-se mais dinâmico o processo de criação e de destruição de
conhecimentos, fazendo com que indivíduos e organizações necessitem renovar suas competências
mais veloz e freqüentemente do que no passado. Neste contexto, considera-se que ter acesso a um
estoque especializado de conhecimento não é garantia de sucesso econômico de indivíduos, firmas,
regiões e nações. A chave deste está muito mais no aprendizado, como um processo dinâmico, do
que em um conhecimento consolidado e específico.
Fonte: Johnson e Lundvall, (2003); Lastres, Vargas e Lemos (2000)
Ver: Aprendizado; Conhecimento
Economia, Sociedade ou Era do Conhecimento
O termo economia e sociedade do conhecimento enfatiza o processo de geração de novos
conhecimentos, bem como sua atual importância estratégica como fator de diferenciação e
competitividade, em termos econômicos e (geo)políticos. Aqui diferencia-se o acesso e uso à
informação do acesso e uso ao conhecimento, enfatizando-se que a difusão das TIC implica maiores
possibilidades de codificação de conhecimentos e de transferência desses conhecimentos
codificados; mas de forma alguma anula a importância dos conhecimentos tácitos ou não, que
permanecem difíceis de transferir e sem os quais não se têm as chaves para decodificação dos
primeiros.
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
13
Page 14
GASPIL
Fonte: Johnson e Lundvall, (2003); Lastres, Cassiolato e Maciel (2003); Lastres, Vargas e Lemos
(2000)
Ver: Aprendizado; Conhecimento
Economia, Sociedade ou Era da Informação
O termo economia e sociedade da informação enfatiza a atual importância econômica, social e
política da informação e das tecnologias da informação e comunicação (TIC), aí incluídas a
informática e as telecomunicações, bem como suas convergências. Tais tecnologias conferem maior
velocidade, confiabilidade e baixo custo de transmissão, armazenamento e processamento de
enormes quantidades de conhecimentos codificados e de outros tipos de informação,
crescentemente incorporados ao valor dos bens e serviços produzidos e comercializados. São ainda
responsáveis por importantes mudanças nos processos de produção e comercialização de bens e
serviços, além de novos formatos organizacionais de cooperação e interação de agentes
econômicos, políticos e sociais.
Fonte: Lastres e Albagli (1999)
Ver: Aprendizado; Conhecimento
Governança
A origem do termo governança provém da teoria das firmas e da chamada "governança
corporativa”. Nesse contexto, o termo foi utilizado, primeiramente, para descrever novos
mecanismos de coordenação e controle de redes internas e externas às empresas, estando
referenciado ao grau de hierarquização das estruturas de decisão das organizações. O termo foi
posteriormente utilizado, mais amplamente, para designar:
- processos complexos de tomada de decisão levando a: repartição de poder entre governantes e
governados, descentralização da autoridade e das funções ligadas ao ato de governar, bem como
parceria entre o público e o privado;
- conjuntos de redes organizadas, gestão das interações, sistemas de regulação e mecanismos de
coordenação e negociação entre atores sociais.
Genericamente, então, o conceito de governança refere-se às diversas formas pelas quais indivíduos
e organizações (públicas e privadas) gerenciam seus problemas comuns, acomodando interesses
conflitantes ou diferenciados e realizando ações cooperativas. Diz respeito não só a instituições e
regimes formais de coordenação e autoridade, mas também a sistemas informais.
No caso específico dos ASPLs, governança diz respeito aos diferentes modos de coordenação,
intervenção e participação, nos processos de decisão locais, dos diferentes agentes — Estado, em
seus vários níveis, empresas, cidadãos e trabalhadores, organizações não-governamentais etc. — ; e
das diversas atividades que envolvem a organização dos fluxos de produção, assim como o processo
de geração, disseminação e uso de conhecimentos.
Verificam-se duas formas principais de governança em sistemas produtivos locais. As hierárquicas
são aquelas em que a autoridade é claramente internalizada dentro de grandes empresas, com real
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
14
Page 15
GASPIL
ou potencial capacidade de coordenar as relações econômicas e tecnológicas no âmbito local.
Surgem geralmente a partir de uma série de situações em que alguma forma de coordenação e
liderança local condiciona e induz o surgimento da aglomeração de empresas.
A governança na forma de “redes” caracteriza-se pela existência de aglomerações de micro,
pequenas e médias empresas, sem grandes empresas localmente instaladas exercendo o papel de
coordenação das atividades econômicas e tecnológicas. São marcadas pela forte intensidade de
relações entre um amplo número de agentes, onde nenhum deles é dominante.
Estes dois tipos de governança representam duas formas de poder na tomada de decisão -
centralizada e descentralizada.
Fontes: Cassiolato e Szapiro (2003); Milani e Solinís (2002)
Ver: Aglomeração; Capital social; Instituição; Rede de empresas
Inovação
A inovação é reconhecida como fator básico de competitividade econômica sustentável, associando-
se às transformações de longo prazo na economia e na sociedade.
De forma genérica, existem dois tipos de inovação: a radical e a incremental. Inovação radical
refere-se ao desenvolvimento de um novo produto, processo ou forma de organização da produção
inteiramente nova. Tais inovações podem originar novas empresas, setores, bens e serviços; e ainda
significar redução de custos e aperfeiçoamentos em produtos existentes. Como exemplos, citam-se a
introdução da máquina a vapor, no final do século XVIII, e o desenvolvimento da microeletrônica
desde a década de 1950.
Inovação incremental refere-se à introdução de qualquer tipo de melhoria em um produto,
processo ou organização da produção, sem alteração substancial na estrutura industrial, podendo
gerar maior eficiência, aumento da produtividade e da qualidade, redução de custos e ampliação das
aplicações de um produto ou processo. Inclui, por exemplo, a otimização de processos de produção,
o design de produtos ou a diminuição na utilização de materiais, energia e componentes na
produção de um bem.
Inovação de produto e processo significa a utilização do conhecimento sobre novas formas de
produzir e comercializar bens e serviços. Inovação organizacional significa a introdução de novos
meios de organizar a produção, distribuição e comercialização de bens e serviços.
Até o final dos anos 1960, a separação entre a inovação e os processos de invenção e de difusão era
aceita e concebia-se a inovação como um ato. A inovação era vista como ocorrendo em estágios
sucessivos e independentes de pesquisa básica, pesquisa aplicada, desenvolvimento, produção e
difusão (visão linear da inovação).
A partir da década de 1970, ampliou-se o entendimento da inovação, que passou a ser vista não
mais como um ato isolado, mas como um como um processo, derivando de complexas interações
entre o ambiente sócio-econômico e as mudanças tecnológicas. A partir de então, inovação é
definida como processo não linear, composto de diferentes inter-relações entre as diversas fases
desde a pesquisa básica até a comercialização e difusão e entre as diferentes organizações.
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
15
Page 16
GASPIL
Desfaz-se também o entendimento de que a inovação deve ser algo absolutamente novo, em termos
mundiais, passando a ser percebida como o processo pelo qual as empresas dominam e
implementam o desenvolvimento e a produção de bens e serviços, que sejam novos para elas,
independentemente do fato de serem novos para seus concorrentes – domésticos ou internacionais.
A empresa é considerada o ponto mais importante neste processo. Porém uma empresa não inova
sozinha; o processo de inovação é interativo e de natureza social, contando com a contribuição de
vários agentes econômicos e sociais, detentores de diferentes tipos de informações e conhecimentos,
dentro e fora da empresa.
Tais abordagens sobre o caráter e o papel da inovação foram desenvolvidas particularmente pela
corrente evolucionária do pensamento econômico, calcada nos trabalhos de Richard Nelson, Sidney
Winter, Christopher Freeman e Giovanni Dosi, dentre outros. Tal corrente parte dos seguintes
pressupostos centrais:
- O conhecimento é a base do processo inovativo, e sua criação e difusão alimentam a mudança
econômica e tecnológica, constituindo-se em fonte de competitividade sustentada. O aprendizado é
o mecanismo chave no processo de acumulação do conhecimento.
- As inovações em produtos, processos, organizações, instituições, etc. possibilitam a geração de
ganhos competitivos e implicam mudanças qualitativas e o aumento da diversidade no sistema
econômico.
- As organizações influenciam e são influenciadas pelos processos de aprendizado, desempenhando
papel fundamental na evolução produtiva e inovativa.
A partir do início da década de 1980, particular atenção passou a ser dada ao caráter localizado da
inovação e do conhecimento. Constatam-se grandes assimetrias na distribuição espacial da
capacidade de gerar, adquirir, usar e difundir inovações, com algumas regiões, setores e empresas
tendendo a desempenhar o papel de principais indutores de inovações e outras relegadas ao papel de
adotantes. Ressalta-se que os mecanismos específicos de aprendizado, formados por um quadro
institucional local específico, levam a processos inovativos qualitativamente diversos. A geração,
implementação, seleção e adoção de novas tecnologias são influenciadas pelas características das
tecnologias e conhecimentos que estão sendo utilizados no âmbito da própria firma, bem como pela
experiência acumulada no passado. A geração e a aquisição de conhecimentos são vistos como o
resultado de um processo conjunto que envolve a contratação de recursos humanos, a realização de
atividades de treinamento e P&D, assim como as demais atividades e experiências acumuladas pela
empresa a partir de sua própria atuação e de sua interação com outros agentes e com o ambiente que
a cerca.
Fontes: Lemos (1996 e 1999); Lastres et al (1999); Cassiolato (2002); Dosi et al. (1988), Freeman,
1995.
Ver: Aprendizado; Conhecimento; Cooperação; Instituição; Sistema de Inovação; Paradigma
Técnico-Econômico
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
16
Page 17
GASPIL
Instituição
Instituição é aqui definida como sistemas de normas, papéis e relações sociais relativamente
estáveis, expressando-se tanto em estruturas mais formalizadas, tais como governo, regime político
e legislação de modo amplo, como em estruturas informais, referindo-se a normas e valores
incrustados nos hábitos e costumes de uma população.
O comportamento econômico é em larga medida moldado por instituições, que se traduzem em
“regras do jogo” estabelecidas legalmente ou através de costumes, implicando comportamentos e
ações rotinizadas. As configurações institucionais reduzem incertezas; medeiam conflitos,
influenciam os padrões de cooperação e interação entre os atores, bem como afetam a geração,
acumulação, distribuição, uso e destruição de conhecimentos, na medida em que moldam a
percepção e as decisões dos agentes econômicos. Portanto, diferentes modos de organização
institucional levam a diferentes comportamentos e resultados econômicos.
O papel das instituições na dinâmica econômica foi tratado por um conjunto de autores, nas décadas
de 1920 e 1930, tais como Thorstein Veblen, Wesley Mitchell e John Commons. Mais
recentemente, essa discussão foi retomada pela chamada "nova economia institucional" ou “neo-
institucionalismo econômico” – cujos principais expoentes são Douglas North, Oliver Williamson e
Mancur Olsen Já a chamada teoria evolucionária da economia, capitaneada pelos trabalhos de
Richard Nelson, Sidney Winter e Christopher Freeman, chamou a atenção para o papel dinâmico
das instituições, olhando a economia como um sistema aberto, em transformação no tempo
histórico.
Já a idéia de instituições-ponte, entendidas como arranjos institucionais que atuam como espaços de
mediação de interesses, facilitando a articulação e compatibilização entre organizações distintas,
procura dar conta das seguintes questões: (i) a estruturação de mecanismos para intercâmbio e
transferência de conhecimentos tácitos; (ii) a estruturação de instâncias para definição e resolução
de conflitos; (iii) a definição de determinados “nichos” (de negócios, tecnológicos, de cooperação) a
serem privilegiados no processo de interação; (iv) a criação de mecanismos para definição, e
eventual repartição, dos direitos de propriedade sobre resultados obtidos por meio do processo de
interação e cooperação.
Fonte: Johnson (1992), Edquist (1997), Albagli e Maciel (2003).
Ver: Capital social; Governança; Inovação
Local
Situado ante o global, local pode referir-se a uma dada localidade (cidade, bairro, rua), região ou
nação, constituindo, em qualquer dos casos, um subespaço ou um subconjunto espacial, e
envolvendo algum modo de delimitação ou recorte territorial, o que se expressa em termos
econômicos, políticos e culturais. Usualmente, local tem sido identificado com a idéia de lugar.
Dentro de uma acepção geográfica estrita, lugar pode ser definido como uma porção do espaço na
qual as pessoas habitam conjuntamente, implicando portanto a idéia de co-presença. Lugar é
associado à idéia de localidade, enquanto cenário físico da atividade social, com uma localização
geográfica determinada.
O conceito de lugar pode assim ser visto a partir da complementaridade de três dimensões:
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
17
Page 18
GASPIL
(a) sob a ótica mais econômica, espaço de realização de atividades produtivas, comerciais,
financeiras e correlatas que podem operar também em uma escala mais ampla;
(b) de uma perspectiva micro-sociológica, como espaço rotineiro de interação social, e macro-
sociológica como espaço de conformação de estruturas sociais;
(c) do ponto de vista antropológico e cultural, corresponde a um sentido de lugar, através da
identificação do sujeito com o espaço habitado.
Fontes: Agnew & Ducan (1989); Giddens (1991) Albagli (1999);
Ver: Aglomeração; Região; Território e territorialidade
Milieu inovador (Ambiente inovador)
Milieu inovador pode ser definido como o local ou a complexa rede de relações sociais em um área
geográfica limitada que intensifica a capacidade inovativa local através de processo de aprendizado
sinergético e coletivo. Consideram-se não apenas as relações econômicas, mas também sociais,
culturais e psicológicas.
Este conceito foi criado por iniciativa do GREMI - Group de Recherche Européen sur les Milieux
Innovateurs, com o objetivo de desenvolver uma metodologia comum e uma abordagem teórica que
permitissem uma análise territorializada da inovação, enfocando o papel do ambiente ou meio
(milieu) no processo de desenvolvimento tecnológico. Perpassa esta noção a idéia de que o processo
de desenvolvimento tecnológico e a formação de um espaço econômico são fenômenos
interrelacionados, que têm lugar dentro de um vasto processo de desenvolvimento e reestruturação
industrial.
O milieu inovador é descrito como um conjunto de elementos materiais (firmas, infra-estrutura),
imateriais (conhecimento) e institucionais (regras e arcabouço legal) que compõem uma complexa
rede de relações voltada para a inovação. A firma não é considerada um agente isolado no processo
de inovação, mas parte de um ambiente com capacidade inovativa. Este conjunto de elementos e
relacionamentos é representado por vínculos entre firmas, clientes, organizações de pesquisa,
sistema educacional e demais autoridades locais que interagem de forma cooperativa. Neste
contexto, o milieu pode ser compreendido tanto como uma rede concreta de atores que interagem
dentro de um sistema produtivo local como enquanto o próprio ambiente que provê as condições
que viabilizam e facilitam a existência de interações entre os diferentes segmentos de atores nas
aglomerações.
A proximidade espacial é vista como favorecendo fundamentalmente a troca de informações, a
similaridade de atitudes culturais e psicológicas, a freqüência de contatos interpessoais e
cooperação, capacidade inovativa, mobilidade e flexibilidade.
Fontes: Lastres et al. (1999); Vargas (2002).
Ver: Aglomerações; Cadeia produtiva; Cluster; Distrito industrial; Capital social
Paradigma tecno-econômico
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
18
Page 19
GASPIL
O conceito de paradigma tecno-econômico (PTE) indica o resultado de uma série de combinações
viáveis de inovações (técnicas, organizacionais e institucionais), provocando transformações que
permeiam toda a economia e exercendo importante influência em seu comportamento. Cada novo
PTE torna-se dominante durante uma longa fase de crescimento e desenvolvimento econômico.
A mudança de PTE envolve a criação de setores e atividades; novas formas de gerar e transmitir
conhecimentos e inovações; produzir e comercializar bens e serviços; definir e implementar
estratégias e políticas; organizar e operar empresas e outras organizações públicas e privadas (de
ensino e pesquisa, financiamento, promoção, etc.). Dentre outras exigências associadas, destacam-
se novas capacitações institucionais e profissionais, assim como novos mecanismos para mensurar,
regular e promover as atividades econômicas.
Ao longo da história, sucederam-se vários PTEs, tais como: o da primeira revolução industrial
(1770/80 a 1830/40), baseado na mecanização da produção e no dinamismo dos setores têxtil e seus
equipamentos, fundição e energia hidráulica; o da produção em massa ou “fordismo” (1920/30 a
1970/80), cujos setores-chave foram o de automotivos, aeroespacial, bens duráveis e petroquímico;
e o atual (a partir de 1970/80), denominado de economia, era ou sociedade da informação, do
conhecimento e do aprendizado, cujo segmento chave é o das tecnologias da informação e
comunicação.
A noção de ASPL ganha maior expressão a partir do esgotamento do paradigma fordista de
produção em massa e ao surgimento de um novo paradigma, caracterizado por formas de
organização baseadas em relações de cooperação e aprendizagem interativa, com ênfase na
inovação.
Fonte: Lastres e Ferraz (1999); Freeman (1988); Dosi (1982)
Ver: Economia, Sociedade e Era da Informação, do Conhecimento e do Aprendizado; Inovação;
Sistema de Inovação
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
Compreende o trabalho criativo, empreendido de maneira sistemática, com o propósito de aumentar
o acervo de conhecimentos e suas aplicações, englobando:
- Pesquisa básica – trabalho teórico ou experimental que visa contribuir de forma original ou
incremental para a compreensão sobre os fatos e fenômenos observáveis, teorias, sem ter em
vista uso ou aplicação específica imediata.
- Pesquisa aplicada – trabalho teórico ou experimental, dirigido para um objetivo prático
específico.
- Desenvolvimento experimental – trabalho sistemático, com base no conhecimento
existente, dirigido para desenvolver ou aperfeiçoar produtos e processos, incluindo desenho,
construção e teste de protótipos e instalações-piloto, além de softwares.
Nos últimos anos, verificam-se importantes transformações na forma de organização das atividades
de P&D, incluindo:
- Crescente articulação das atividades de P&D com atividades ligadas à produção,
comercialização e administração
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
19
Page 20
GASPIL
- reforço das articulações entre as diferentes atividades (pesquisa básica, aplicada e
desenvolvimento experimental) envolvidas no processo de P&D
- reforço do caráter interdisciplinar da P&D, a partir da integração e contribuição de
diferentes campos do conhecimento
- intensificação da articulação do processo de P&D, em formatos interorganizacionais que
possibilitam a integração de conhecimentos e competências (redes de pesquisa; alianças
tecnológicas; acordos de cooperação, entre outros)
Fontes: OECD (1997); IBGE (2001); www.finep.gov.br
Ver: Capacitação; Inovação
Política Industrial
Política Industrial compreende um conjunto coordenado de estratégias de ação, públicos e privados,
tendo geralmente como objetivo central promover o desenvolvimento do setor industrial. Apesar de
normalmente associada ao segmento manufatureiro, a Política Industrial refere-se a estímulos ao
desenvolvimento do setor produtivo como um todo.
Com relação à abrangência dessa política, as análises tradicionais costumam distinguir ações de
Política Industrial de caráter “horizontal”, voltadas à atividade produtiva em geral, sem especificar
setores/cadeias, das ações de caráter “vertical”, com foco especificamente direcionado para
determinados setores ou cadeias produtivas.
Mais recentemente, as novas políticas industriais têm se centrado não mais na firma ou no setor
isoladamente, mas sim em blocos agregados de agentes em sistemas produtivos, muitas vezes
enfatizando a sua dimensão espacial
Fontes: Erber (1993); Coutinho e Ferraz (1994); Cassiolato e Britto (2000).
Ver: Capacitação; Sistema de inovação
Pólo e parque científico e tecnológico
Parques tecnológicos, segundo a definição da ANPROTEC, são áreas geralmente ligadas a algum
importante centro de ensino ou pesquisa, com infra-estrutura necessária para a instalação de
empresas produtivas baseadas em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Pela limitação da área
física, própria dos parques tecnológicos, estes se adaptam melhor às necessidades de pequenas
empresas que têm na pesquisa ou desenvolvimento tecnológico seu principal insumo (Associação
Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas).
Os parques científicos e tecnológicos contam com espaço, estrutura predial e infra-estrutura para as
firmas, de uso individual ou coletivo. Geralmente envolvem: (i) laços formais e operacionais entre
empresas, universidades e outras organizações de ensino e P&D; (ii) estímulo à transferência de
tecnologia e à participação de firmas baseadas em tecnologia e outras organizações de suporte; e
(iii) a existência de uma função administrativa e a oferta de serviços de suporte, tais como
promoção das firmas e apoio para obtenção de financiamentos e de capital de risco. Além das
empresas de base tecnológica, podem também incluir incubadoras de empresas, laboratórios e
centros de pesquisa.
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
20
Page 21
GASPIL
Pólos tecnológicos ou tecnópolis são definidos como grandes áreas com infra-estrutura necessária
para unidades produtivas que realizam atividades de baixa ou grande escala, baseadas em pesquisa e
desenvolvimento tecnológico. Nestas áreas, são oferecidos serviços que facilitam a obtenção de
recursos tecnológicos e humanos de alto nível, acesso a centros de investigações, bibliotecas e
serviços de documentação especializada e de contratação de projetos tecnológicos. As tecnópolis
combinam, em uma área pré-estabelecida, os seguintes grupos de elementos: organizações de
pesquisa e ensino; empresas avançadas tecnologicamente e inovativas, a maioria pequenas e
médias; organizações e agências, públicas e privadas, com missão de garantir e fomentar o
estabelecimento de acordos colaborativos entre os agentes mencionados acima, de forma a
maximizar criatividade e atividades inovativas, assim como elevar a competitividade da região.
Alguns utilizam o termo pólo tecnológico como sinônimo de parques tecnológicos.
Essas experiências difundiram-se mais rapidamente nos anos de 1980, em torno de uma base local
ou regional e o interesse de envolver organizações de P&D e ensino com o setor produtivo. Embora
algumas diferenças marcantes possam ser destacadas nestas experiências, os objetivos finais
tenderam a ser similares: intensificar as perspectivas do território local de abrigar firmas
tecnologicamente intensivas. Esse processo de criação de parques e pólos tecnológicos gerou uma
variedade de formatos institucionais e organizacionais que tornaram difícil o estabelecimento de
uma categoria mais rígida para sua definição, variando grandemente dentro de um mesmo país, e
entre países.
Fontes: Lastres et al. (1999); http://www.anprotec.org.br/anprotec.html
Ver: Aglomeração; Pesquisa e desenvolvimento
Pólo de crescimento e de desenvolvimento
As noções de ´pólos de crescimento´ e ´pólos de desenvolvimento´ foram difundidas, nas décadas
de 1960 e 1970, com os trabalhos do economista francês François Perroux, tendo sido largamente
adotadas nas práticas de planejamento regional em várias partes do mundo. Segundo Perroux
(1955:164), “o crescimento não surge em toda a parte ao mesmo tempo; manifesta-se com
intensidades variáveis em pontos ou pólos de crescimento; propaga-se segundo vias diferentes e
com efeitos finais variáveis no conjunto da economia.”
Perroux trabalhou com a idéia de que as economias nacionais compõem-se de ´zonas ativas´, ou
seja, pólos capazes de dinamizar setores relacionados; e de ´zonas passivas´, cujo dinamismo
decorre de condições externas. Nos pólos de crescimento (englobando um conjunto de agentes,
empresas ou segmentos), determinadas atividades econômicas dominantes – que podem ser
associadas à noção de indústria motriz – têm a capacidade de alavancar a expansão de outros
conjuntos de atividades em determinadas regiões . Já o pólo de desenvolvimento, segundo Perroux,
tem a capacidade de engendrar uma mudança qualitativa nas estruturas econômicas e sociais.
Perroux já reconhecia então que o comportamento econômico está incrustado em instituições,
normas e valores, territorialmente moldados, reconhecendo o fato de que uma das características
mais importantes das interações no mercado é a assimetria de relações de poder entre atores.
Fonte: Perroux (1955).
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
21
Page 22
GASPIL
Ver: Aglomeração; Distrito industrial; Política industrial
Rede
Para efeito de representação gráfica, rede é um conjunto de pontos ou nós conectados entre si por
segmentos – arcos – que viabilizam o intercâmbio de fluxos – de bens, pessoas ou informações –
entre os diversos pontos da estrutura. Redes podem ser abstratas (redes sociais) ou concretas (redes
de comunicação); visíveis (rodovias e ferrovias) ou invisíveis (redes de telecomunicações). No
campo da literatura de Economia Industrial, as Redes constituem uma forma organizacional de
interação entre os diversos agentes comerciais e financeiros de ensino e pesquisa.
Rede de empresa
É possível estabelecer uma diferenciação entre os conceitos de “firmas em rede”, “indústrias em
rede” e “redes de firmas”. O conceito de empresa em rede refere-se a mudanças na organização
interna da firma, decorrentes da evolução da firma estruturada em múltiplas divisões independentes
entre si (multi-divisional), para um novo padrão de articulação entre as diferentes instâncias
produtivas e organizacionais, possibilitado pelo desenvolvimento das tecnologias de informação-
telecomunicação.
O conceito de indústria (ou setor industrial) em rede está associado, em geral, a setores de infra-
estrutura (telecomunicações, energia, saneamento etc.), baseando-se no estabelecimento de um
padrão de interconexão e compatibilidade entre tecnologias e características técnicas de processos
produtivos realizados nas diferentes unidades produtoras daquela atividade. Nesse caso, a eficiência
da organização da indústria em pauta está intimamente associada ao formato “em rede”.
Finalmente, o conceito de rede de empresas refere-se a arranjos inter-organizacionais baseados em
vínculos sistemáticos formal ou informal de empresas autônomas. Essas redes nascem através da
consolidação de vínculos sistemáticos entre firmas, os quais assumem diversas formas: aquisição de
partes de capital, alianças estratégicas, externalização de funções da empresa, etc. Estas redes
podem estar relacionados a diferentes elos de uma determinada cadeia produtiva (conformando
redes de fornecedor-produtor-usuário), bem como estarem vinculadas a diferentes dimensões
espaciais (a partir das quais conformam-se redes locais, regionais, locais, nacionais ou
supranacionais).
A atuação em redes vem sendo considerada uma alternativa eficaz para enfrentar o processo
acelerado de mudanças nas relações econômicas. No caso das redes de fornecedores, geralmente as
pequenas firmas se concentram em torno de grandes empresas para o fornecimento de insumos ou
serviços.
Fontes: Freeman (1991); Britto (2002), Lemos (1996)
Ver: Aglomerações; Cadeia produtiva;Cluster; Distrito industrial
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
22
Page 23
GASPIL
Região
Região usualmente designa uma área geográfica com certas características homogêneas (ou
comuns) que a distinguem de áreas adjacentes ou de outras regiões. O termo região
tradicionalmente refere-se às entidades espaciais de escala média ou intermediária: o regional pode
ser alguma parte entre o mundial e o nacional – região continental – ou entre o nacional e o local –
região subnacional.
A região é freqüentemente utilizada como unidade político-administrativa e também econômica. A
região pode expressar-se tanto em políticas públicas e outros instrumentos de planejamento
governamental regionalizado, enquanto instrumentos de ajuste entre interesses do Estado nacional e
interesses territorializados; como na forma de regionalismos, enquanto movimentos reivindicatórios
da sociedade territorialmente organizada.
Fontes: Becker (1993); Egler (1995)
Ver: Aglomeração; Local; Território e territorialidade
Setor
O conceito de setor costuma ser associado a atividade de produção e comercialização de bens e
serviços substitutos próximos entre si. Geralmente, o conceito de setor está vinculado a algum grau
de similitude em termos de uma determinada base técnica - relacionada ao conjunto de informações,
fatores e tecnologias mobilizados no processo de produção - e de uma base de uso - vinculada ao
conjunto de consumidores para os quais é destinada a produção.
A possibilidade efetiva de se delimitar um determinado setor a partir de uma certa similitude da
“base técnica” e da “base de uso” tem sido, porém, colocada em xeque em função de inovações
tecnológicas e organizacionais. Observa-se uma crescente dificuldade para se delimitarem
“setores”, tanto do lado do mercado consumidor (devido à crescente segmentação dos mesmos),
quanto do ponto de vista da base técnica, em razão da crescente complexidade das tecnologias e das
inter-relações que se estabelecem entre distintas bases técnicas. Além disso, a ocorrência de
inovações organizacionais relacionadas a processos de diversificação, verticalização,
desverticalização e subcontratação dificulta crescentemente a delimitação de um “setor” de atuação
de determinadas empresas, podendo-se citar, como exemplos os casos da Benetton (confecções) e
Nyke (calçados). Deve-se considerar, também, a articulação que se estabelece entre a produção de
bens e a provisão de determinados serviços especializados, o que pode dificultar sobremaneira a
definição do “setor” de atuação da empresa, como no caso da IBM.
No que se refere ao levantamento e organização de informações estatísticas, o conceito de setor
reflete-se na estruturação de sistemas de classificação de atividades, que obedecem a critérios
diferenciados na delimitação de setores. O sistema internacional de classificação de atividades
industriais proposto pela ONU - a ISIC (International Standard Industrial Classification) -
distingue quatro níveis básicos de agregação de atividades industriais, segundo principalmente as
características da sua base técnica. Essa classificação é utilizada como referência, por organismos
internacionais, como OCDE, a Comunidade Européia e a própria ONU. O Brasil tem procurado
adaptar-se a esta classificação através da elaboração da CNAE (Classificação Nacional de
Atividades Econômicas), que é compatível com a ISIC. A CNAE tem sido utilizada como base para
o levantamento e sistematização de informações estatísticas por diversos órgãos, como IBGE e
Ministério do Trabalho.
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
23
Page 24
GASPIL
Fontes: Ferraz, Kupfer e Haguenauer (1996); OCDE (1997)
Ver: Política industrial
Sistema de inovação
O conceito de sistemas nacionais de inovação foi desenvolvido, em meados dos anos de 1980,
destacando-se os trabalhos de Christopher Freeman, Bengt-Ake Lundvall e Richard Nelson.
Sistema de inovação pode ser definido como um conjunto de instituições distintas que contribuem
para o desenvolvimento da capacidade de inovação e aprendizado de um país, região ou localidade.
Constitui-se de elementos e relações que interagem na produção, difusão e uso do conhecimento. A
idéia básica do conceito de sistemas de inovação é que o desempenho inovativo de uma economia
como um todo depende não apenas do desempenho de organizações específicas, como empresas e
organizações de pesquisa, mas também de como elas interagem entre si e com o setor
governamental, na produção, distribuição e uso de conhecimentos, em prol da competitividade,
crescimento econômico e bem estar social. Entende-se, deste modo, que os processos de inovação
que têm lugar no nível da firma são, em geral, gerados e sustentados por suas relações com outras
empresas e organizações, ou seja, a inovação consiste em um fenômeno sistêmico e interativo.
Neste sentido, a firma passa a ser redefinida como uma organização voltada para o aprendizado e
inserida em um contexto sócio-econômico e político.
Tal abordagem supõe ainda que a capacidade de inovação deriva da confluência de fatores sociais,
institucionais e culturais específicos aos ambientes em que se inserem os agentes econômicos.
Logo, diferentes trajetórias de desenvolvimento institucional e tecnológico contribuem para a
configuração de sistemas de inovação com características muito diversas, possibilitando a
conceituação de sistemas setoriais nacionais, regionais e locais de inovação. Contrapõe-se assim à
visão sobre um pretenso mundo integrado globalmente e marcado pelo tecno-globalismo (isto é, a
idéia de que a geração de tecnologias também dar-se-ia de maneira “global”, com o local não
apresentando importância particular).
Fonte: Lastres, Cassiolato e Maciel (2003), Freeman (1982, 1988 e1995), Lundvall (1985)
Ver: Instituição e Inovação.
Território e territorialidade
Genericamente a idéia de território refere-se à parcela geográfica apropriada por um grupo humano
ou animal, ou por um indivíduo, visando assegurar sua reprodução e a satisfação de suas
necessidades vitais. Há vários sentidos figurados da palavra território; todos conservam a idéia de
domínio pessoal ou coletivo, remetendo a diferentes contextos e escalas: a casa, o escritório, o
bairro, a cidade, a região, a nação, o planeta. Cada território é portanto moldado a partir da
combinação de condições e forças internas e externas, devendo ser compreendido como parte de
uma totalidade espacial.
O território não se reduz à sua dimensão material ou concreta, apresentando uma variedade de
dimensões, tais como:
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
24
Page 25
GASPIL
(a) física – tanto suas características e recursos “naturais” (tais como clima, solo, relevo, vegetação
e subsolo), quanto aquelas resultantes dos usos e práticas territoriais por parte dos grupos
sociais;
(b) econômica - organização espacial dos processos de produção econômica - o que, como e quem
nele produz;
(c) sócio-política - meio para interações sociais e relações de dominação e poder - quem e como o
domina ou influencia.
(d) simbólica - as ligações afetivas, culturais e de identidade do indivíduo ou grupo social com seu
espaço geográfico;
Já conceito de territorialidade refere-se às relações entre um indivíduo ou grupo social e seu meio
de referência, manifestando-se nas várias escalas geográficas – uma localidade, uma região ou um
país - e expressando um sentimento de pertencimento e um modo de agir no âmbito de um dado
território. A territorialidade reflete o vivido territorial, em toda sua abrangência e em suas múltiplas
dimensões – cultural, política, econômica e social. Ela desenvolve-se a partir da existência comum
dos agentes exercendo-se sobre um mesmo espaço geográfico, engendrando uma solidariedade
orgânica do conjunto, a despeito da diversidade de interesses dos agentes. A territorialidade, como
atributo humano, é primariamente condicionada por normas sociais e valores culturais, que variam
de sociedade para sociedade, de um período para outro.
Fonte: Raffestin (1993); Santos (2000)
Ver: Aglomeração; local; região
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
25
Page 26
GASPIL
3 - Bibliografia
Albagli, S. e Maciel, M. L. Capital social e empreendedorismo local. In Lastres, H. M. M.;
Cassiolato, J. E. e Maciel, M. L. Pequena Empresa: cooperação e desenvolvimento local Rio
de Janeiro: Relume Dumará, 2003.
Albagli, S. Globalização e espacialidade: o novo papel do local. In: Cassiolato, J. E. Lastres, H. M.
M., Globalização e inovação localizada: experiências de sistemas locais no Mercosul.
Brasília, IBICT/MCT, 1999.
Amaral Filho, J. et al. Núcleos e Arranjos Produtivos Locais: casos do Ceará. In Lastres, H. M. M.;
Cassiolato, J. E. e Maciel, M. L. Pequena Empresa: cooperação e desenvolvimento local. Rio
de Janeiro: Relume Dumará, 2003.
Arocena, R. and Sutz, J. Knowledge, innovation and learning: systems and policies in the north and
in the south. In Cassiolato, J. E.; Lastres, H. M. M. and Maciel, M. L. (eds) Systems of
Innovation and Development Cheltenham: Elgar, 2003.
Axelsson, B. E. and Easton, G. (eds) Industrial Networks: a new view of reality Routledge, London,
1993.
Britto, J. Cooperação Tecnológica e Aprendizado Coletivo em Redes de Firmas: sistematização de
conceitos e evidências empíricas, XIX Encontro Nacional de Economia da ANPEC, Salvador,
11-14 Dezembro, 2001.
Campos, R; Cário, S. e Nicolau, J. A. Aprendizagem por interação: pequenas empresas em sistemas
locais. In Lastres, H.M.M.; Cassiolato, J.E. e Maciel, M.L., Pequena Empresa: cooperação e
desenvolvimento local. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.
Cassiolato, J. E.; Lastres, H. M. M. and Maciel, M. L. (eds) Systems of Innovation and Development
Cheltenham: Elgar, 2003.
Cassiolato, J. E. Principais Características a Investigar em uma pesquisa de Inovação. Estudio
Metodológico “La Encuesta de Innovación Tecnológica en las Empresas”. 1a. Reunião. Rio de
Janeiro: 25-26 Março, 2002.
Cassiolato, J. E. e Lastres, H. M. M. (orgs.) Globalização e inovação localizada: experiências de
sistemas locais no Mercosul. Brasília: IBICT/MCT, 1999.
Chesnais, F. and Sauviat, C. ‘The financing of innovation-related investment in the contemporary
global finance-dominated accumulation regime’. In Cassiolato, J. E.; Lastres, H. M. M. and
Maciel, M. L. (eds) Systems of Innovation and Development Cheltenham: Elgar, 2003.
Coutinho, L. G. ‘Macroeconomic regimes and business strategies: an alternative industrial policy
for Brazil in the wake of the 21st Century’. In Cassiolato, J. E.; Lastres, H. M. M. and Maciel,
M.L. (eds) Systems of Innovation and Development Cheltenham: Elgar, 2003.
Coutinho, L. e Ferraz, J. C. Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira, síntese final,
Campinas: Papirus; FUCAMP, Universidade Estadual de Campinas, 1994.
Dantas, A.; Kertsnetzky, J. e Prochnik, V. Empresa, indústria e mercados. In: Kupfer, D. e
Hansenclever, L. (orgs.) Economia industrial: fundamentos teóricos e práticas no Brasil. Rio
de Janeiro: Campus, 2002.
Dantas, M. Informação-valor e corporações-redes: elementos para discutir um novo padrão de
acumulação, Informare, vol. 3, nº 1-2, Rio de Janeiro: PPCI/IBICT, 1997.
Dosi, G. et al. (eds) Technical change and economic theory London: Pinter, 1988.
Dosi, G., (1982) Technical paradigms and technological trajectories. Suggested interpretations of
the determinants and directions of technical change. Research Policy, Vol. 11.
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
26
Page 27
GASPIL
Economides, N. The economics of networks, International Journal of Industrial Organization, 14,
n° 2, march, 1996.
Edquist C. (ed.) Systems of Innovation: Technologies, Institutions and Organizations, London:
Pinter, 1997.
Erber, F. Desenvolvimento industrial e tecnológico na década de 90 – uma nova política para um
novo padrão de desenvolvimento, Ensaios FEE, Porto Alegre, Ano 13, n° 1, p. 10-42, 1992.
Fanjzylber, F. Industrialización e Internacionalización en la America Latina, Mexico: Fondo de
Cultura Económico, 1980.
Ferraz, J. C.; Kupfer, D. e Kaguenauer, L. Made in Brazil: desafios competitivos para a indústria.
Rio de Janeiro: Campus, 1997.
Freeman, C., The Economics of Technical Change, Cambridge Journal of Economics, Vol. 18,
1994.
Freeman, C. The ‘National System of Innovation’ in historical perspective. Cambridge Journal of
Economics. Vol.19 , February, 1995.
Freeman, C. Japan: a new national system of innovation. In Dosi, G. et al. (eds), Technical change
and economic theory London: Pinter, 1988.
Freeman, C. Technological infrastructure and international competitiveness, mimeo OECD. August
1982.
FINEP www.finep.gov.br
Freeman, C. Networks of innovators: a synthesis of research issues, Research Policy, n° 20, p. 499-
514, 1991.
Freeman, C. The National System of Innovation in historical perspective. Cambridge Journal of
Economics, vol. 19, n° 1, p. 5-24, 1995.
Furtado, C. O Capitalismo Global, São Paulo: Paz e Terra, 1998.
Grabher, G. (ed) The embedded firm: on the socioeconomics of industrial networks, Routledge,
London and New York, 1993.
Gregersen, B. and Johson, B. Learning economy, innovation systems and development. Paper for
the project “Strategies and policies for systemic interactions and convergence in Europe –
Converge”, Aalborg, 2001.
IBGE Pesquisa industrial – Inovação tecnológica (PINTEC). Manual de Instruções de
preenchimento. Rio de Janeiro: IBGE, 2001.
Johnson, B. “Institutional Learning”. In Lundvall, B-Å (ed.), National innovation systems: towards
a theory of innovation and interactive learning London: Pinter, 1992.
Johnson, B. and Lundvall, B-Å. ‘Promoting innovation systems as a response to the globalising
learning economy’. In Cassiolato, J. E.; Lastres, H. M. M. and Maciel, M. L. (eds), Systems of
Innovation and Development Cheltenham: Elgar, 2003.
Katz J., Technology Generation in Latin American Manufacturing Industries, The Macmillan Press
Ltd., Hong Kong, 1987.
Katz J., Importación de tecnología, aprendizaje local e industrialización dependiente. Fondo de
Cultura Económica, México, 1974.
Lastres, H. M. M. A globalização e o papel das políticas de desenvolvimento industrial e
tecnológico, Texto para Discussão 519. Brasília: IPEA, 1997.
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
27
Page 28
GASPIL
Lastres, H. M. M.; Arroio, A. e Lemos, C. Políticas de apoio a pequenas empresas: do leito de
Procusto à promoção de sistemas produtivos locais. In Lastres, H. M. M. et al., Pequena
Empresa: cooperação e desenvolvimento local. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003
Lastres, H. M. M.; Lemos, C. e Vargas, M. Novas políticas na economia do conhecimento e do
aprendizado. In: J. E. Cassiolato e H. M. M. Lastres, Arranjos e Sistemas Produtivos Locais e
as Novas Políticas www.ie.ufrj.br/redesist Rio de Janeiro: IE/UFRJ, 2000.
Lemos, C. Inovação para Arranjos Produtivos de MPMEs. In Lastres, H. M. M. et al. (coords)
Interagir para Competir – Promoção de Arranjos Produtivos e Inovativos no Brasil. Brasília:
Sebrae, 2002.
Lemos, C. Inovação na Era do Conhecimento. In: H. M. M. Lastres e S. Albagli., Informação e
globalização na Era do Conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
Lemos, C. Redes para inovação – estudo de caso de rede regional no Brasil, tese de mestrado. Rio
de Janeiro, COPPE/UFRJ, 1996.
Lundvall, B-Å (ed.) National innovation systems: towards a theory of innovation and interactive
learning London: Pinter, 1992.
Maciel, M. L. Cooperativas populares em arranjos e sistemas de MPME. In Lastres, H. M. M. et
al.(coords) Interagir para Competir – Promoção de Arranjos Produtivos e Inovativos no
Brasil. Brasília: Sebrae, 2002.
Marshall, A. Principles of Economics. Londres: MacMillan and Co, 1890.
Malerba, F. and Orsenigo, L. “The dynamics and evolution of industries”, Industrial Corporate
Change, vol. 5, n° 1, p. 51-87, 1996.
Mello, L. M., Sistema Nacional de Inovação e Financiamento, mímeo, IEI/UFRJ, 1996.
Milani, C.; Arturi, C. e Solinís, G. Democracia e governança mundial. Que regulações para o
século XXI? Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 2002.
Nelson, R. R. and Winter, S. G. An evolutionary theory of economic change. Cambridge, MA: The
Belkanap Press of Harvard University Press, 1982.
OECD Oslo Manual. Paris, OCDE/Eurostat 1997.
Perez, C. ´Structural Change and the Assimilation of New Technologies in the Economic and Social
Systems´, Futures, vol. 15, n° 5, p. 357-375, 1983.
Perroux, F. Note sur la notion de pôle de croissance, Economique appliquée 7, p. 307-20, 1955.
Porter, M. The competitive advantage of nations, New York: The Free Press, 1990.
Santos, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal, Record, Rio
de Janeiro, 2001.
Sutz, J. (ed.) Innovacion y Desarrollo en America Latina Caracas: Editorial Nueva Sociedad, 1997.
Schmitz, H. Collective efficiency: growth path for small-scale industry. The Journal of
Development Studies. England, vol. 31, n° 4, April, 1995.
Vargas, M. Proximidade territorial, aprendizado e inovação: um estudo sobre a dimensão local de
processos de capacitação inovativa em arranjos e sistemas produtivos no Brasil. Rio de Janeiro:
UFRJ/IE, tese de doutorado, 2002.
Villaschi Filho, A. The Brazilian National System of Innovation: opportunities and constraints for
transforming technological dependency, D. Phil. Thesis, University of London London, 1993.
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
28
Page 29
GASPIL
Tavares, M. C. e Fiori, J. L. (orgs) Poder e Dinheiro: uma economia política para a globalização.
Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1997.
Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – www.ie.ufrj.br/redesist
29
Nenhum comentário:
Postar um comentário