sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

CIMS - Coalition for Improving Maternity Services

Coalizão para a Melhora dos Serviços de Maternidade
http://www.motherfriendly.org/mfci.php

PRINCÍPIOS

NORMALIDADE DO PROCESSO DE NASCIMENTO

O nascimento é um processo normal, natural e saudável.
As mulheres e os lactentes tem as capacidades inatas necessárias para o nascimento.
No momento de nascer, os recém natos são seres humanos conscientes e sensíveis, e devem ser reconhecidos e tratados como tais.
O aleitamento materno proporciona a alimentação ótima para os recém nascidos e lactentes.
O nascimento pode produzir-se de forma segura em hospitais, em centros de nascimento, casas de parto e nos domicílios.
O modelo de atenção oferecido pelas parteiras, que respaldam e protegem o processo normal do nascimento, é o mais apropriado para a maioria das mulheres durante a gestação e o parto.


PROTAGONISMO DA MULHER

A capacidade e a confiança da mulher para dar à luz e cuidar de seu filho se potencializam ou são tolhidas pelas pessoas que a atendem e pelo ambiente em que ela pari.
A mãe e seu filho são distintos e ao mesmo tempo interdependentes durante a gravidez, o parto e a infância. Sua estreita relação é vital e deve ser respeitada.
A gravidez, o parto e o puerpério são marcos no caminho da vida. Estas experiências afetam profundamente as mulheres, os bebês, os pais e as famílias e tem efeitos importantes e persistentes sobre a sociedade.


AUTONOMIA

Cada mulher deve ter a oportunidade de:
• experimentar um parto saudável e prazeroso para ela e sua família, Independentemente de sua idade e circunstâncias;
• dar a luz segundo os seus desejos em um ambiente em que se sinta segura e cuidada, e em que se respeitem seu bem estar, sua intimidade e suas preferências pessoais;
• ter acesso a todo o leque de opções no que concerne a sua gestação, parto e aos cuidados de seu filho, e a informação detalhada sobre todos os lugares, profissionais e métodos disponíveis para dar à luz;
• receber informação completa e atualizada sobre os benefícios e riscos de todos os
procedimentos, drogas e exames que se usam durante a gravidez;
• o parto e o puerpério, com direito ao consentimento informado e ao rechaço informado;
• receber apoio para tomar decisões informadas sobre o que é melhor para ela e seu filho, baseando-se em seus valores e crenças pessoais.


NÃO CAUSAR DANO

As intervenções durante a gravidez, parto ou puerpério não devem ser rotineiras, muitos exames, procedimentos, tecnologias e drogas usadas na prática médica habitual comportam um risco para a mãe e seu filho, e devem evitar-se caso não exista uma indicação científica específica para seu uso.
As condutas utilizadas durante o tratamento das complicações que podem surgir durante a gravidez, o parto e o pós-parto devem ser cientificamente embasadas.


RESPONSABILIDADE

Cada profissional é responsável pela qualidade do cuidado que oferece. A atenção à maternidade deve basear-se nas necessidades da mãe e de seu filho, e não nas do profissional.
Cada hospital ou centro de nascimento é responsável pela revisão e avaliação periódicas, de acordo com as evidências científicas disponíveis, da eficácia, riscos e taxas de utilização dos procedimentos médicos que aplique as mulheres e a seus filhos.
A sociedade, através de seu governo e do sistema de saúde, é responsável de garantir o acesso de todas as mulheres aos serviços de maternidade e de supervisionar a qualidade destes serviços.

Estes princípios conduzem aos seguintes passos para a proteção, promoção e apoio aos serviços de maternidade respeitosos com a mãe:


10 PASSOS DA INICIATIVA PARA UM PARTO RESPEITOSO COM A MULHER EM MATERNIDADES, CENTROS DE NASCIMENTO E SERVIÇOS DE PARTO DOMICILIAR.

Para ser designado pelo CIMS como RESPEITOSO COM A MÃE, uma maternidade deve seguir os princípios filosóficos antes enunciados, cumprindo os 10 PASSOS PARA A ATENÇÃO RESPEITOSA COM A MULHER.



Um hospital, casa de parto ou serviço de parto domiciliar respeitoso com a mãe:

1 . Oferece a todas as mães que dão à luz:
- a presença sem restrições durante o parto de acompanhante que ela eleja, incluindo pais, marido, filho, familiar ou amigo;
- acesso sem restrições ao apoio emocional e físico continuado de uma mulher capacitada, como uma doula ou profissional de apoio ao parto;
- acesso a atenção profissional de uma parteira.

2 . Oferece ao público informação descritiva e estatística detalhada sobre suas práticas e procedimentos na atenção ao parto, incluindo a freqüência das intervenções e os resultados.

3 . Oferece uma atenção culturalmente apropriada; isto é, uma assistência sensível e que não fira as crenças, valores e costumes específicas da etnia e religião da mulher.

4 . Oferece a parturiente a liberdade de caminhar, mover-se e adotar as posições que ela eleja durante a dilatação e o período expulsivo (salvo que se requeira especificamente uma restrição para prevenir uma complicação), e desaconselha a posição de litotomia (supino, com as pernas elevadas).

5 . Possui normas e procedimentos claramente definidos para:
- manter consultas durante o período perinatal com outros serviços de maternidade, incluindo a comunicação com o profissional que tenha atendido previamente a gestante, quando for necessário a transferência de uma maternidade para outra;
- pôr a mãe e seu filho em contato com os recursos pertinentes da comunidade, incluindo o seguimento pré-natal e posterior alta e o apoio ao aleitamento materno.

6 . Não empregar de forma rotineira práticas e procedimentos que não estejam respaldados pôr evidências científicas, o que inclui, porém não se limita aos seguintes:
- tricotomia dos pêlos pubianos;
- enemas;
- perfusão endovenosa;
- jejum;
- rotura precoce de membranas;
- monitorização eletrônica fetal;

Outras intervenções estão sujeitas as seguintes limitações:
• a taxa de indução de 10% ou menos;
• a taxa de episiotomia é de 20% ou menos, com um meta de 5% ou menos;
• a taxa global de cesáreas é de 10% ou menos nos hospitais de primeiro nível, e de 15% ou menos nas maternidades de referência;
• a taxa de parto vaginal depois de uma cesárea é de 60% ou mais, com uma meta de 75% ou mais.

7 . Educa o pessoal sobre métodos não farmacológicos de alívio da dor, e não recomenda o uso de analgésicos ou anestésicos se estes não são requeridos especificamente para corrigir uma complicação.

8 . Encoraja a todas as mães e famílias, incluindo aquelas com recém nascidos doentes ou prematuros ou com problemas congênitos, a tocar, pegar no colo, dar o seio e cuidar de seus filhos na medida compatível com cada situação.

9 . Desaconselha a circuncisão do recém nascido pôr motivos não religiosos.

10. Esforça-se pôr aplicar os 10 passos para o sucesso de aleitamento materno, tornando-se um Hospital Amigo da Criança.


Ratificado pelos seguintes membros da CIMS - USA, julho de 1996:
• Academy of Certified Birth Educators
• American Academy of Husband-Coached Childbirth - The Bradley Method
• American Academy of Nurses-Midwifes
• American College of Domiciliary Midwives
• American Society for Psichoprophilaxis in Obstetrics
• Association of Labor Assistants & Childbirth Educactors
• Association for Pre & Perinatal Phychology & Health
• Association of Womens Health, Obstetrics and Neonatal Nurses
• Attachment Parenting International • Birthworkes, Inc.
• Center for Perinatal Research & Family Support
• The Farm
• Global Maternal/Child Health Association
• Informed Home Birth/Informed Birth & Parenting
• International Association of Infant Massage
• International Lactation Association Consultant
• La Leche League International
• Midwifery Today
• Midwives of Santa Cruz
• National Association of Postpartum Care Services
• North American Registry of Midwives
• Wellness Associates

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