segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Refletindo sobre Redes e Desenvolvimento Local - Catalisa

Refletindo sobre Redes e Desenvolvimento Local
Texto extraído do site CATALISA – Rede de cooperação para
sustentabilidade
Rede – palavras associadas:
• Descentralização
• Horizontalidade
• Interdependência
• Flexibilidade
• Interatividade lateral
• Conectividade
• Democracia
• Autonomia dos membros
• Participação voluntária
• Co-responsabilidade
• Diversidade
• Multiliderança
• Integração
• Cooperação
• Auto-organização
Rede – um novo modo de organização e de transformação da
sociedade
Rede Social – caracterização (Chico Whitaker/CBJP, fundador do Fórum
Social Mundial)
“As redes constituem uma proposta democrática de realização do
trabalho coletivo e de circulação do fluxo de informações, elementos
essenciais para o processo cotidiano de transformação social”.
Objetivos:• a circulação de informações, base comum do
funcionamento de todo e qualquer tipo de rede;• a formação de
seus membros;• a criação de laços de solidariedade entre os
membros;• a realização de ações em conjunto.
Tipos:

por Composição: pessoas, instituições, pessoas e instituições e
redes

por Natureza: temática, geográfica, organizacional, híbrida
Redes Sociais - 7 Princípios: (Bernardo Toro, intelectual colombiano,
consultor da Unicef)
1. Construir confiança: é necessário que as pessoas envolvidas numa
rede saibam como cada participante reagirá em situações de grande
pressão, por exemplo, a divisão de um financiamento insuficiente para
todos. É nessas situações que se conhece os princípios e valores de cada
um. Para armar uma rede é necessário reservar tempo para as pessoas
se conhecerem e construírem confiança. Os coffee-breaks devem ser
longos. É preciso conversar sobre as relações, expor as divergências,
vivenciar conflitos, de preferência, com facilitadores profissionais. A
transparência nos mecanismos de governança e tomada de decisões
também favorece a construção de confiança.
2. Compartilhar valores: toda vez que o grupo se encontra
presencialmente é preciso reafirmar os valores, re-pactuar os princípios.
Por vezes, os pioneiros da rede estabelecem valores que esperam ser
eternos. Mas os valores devem ser sempre re-visitados, reeditados, pois
a realidade muda constantemente. Redes sociais, em geral, têm uma
rotatividade elevada de membros. Em cada reunião presencial há várias
pessoas novas. Por isso, deve-se sempre promover e compartilhar
valores, se possível, de maneira planejada e sistemática.
3. Dar e receber: "O que eu ganho com isso?" Essa pergunta, que
caracteriza mais o mundo dos negócios privados, também orienta o
sucesso de uma rede social. As pessoas e organizações participam de
redes que trazem benefícios individuais. Pode ser no alcance de
objetivos maiores, públicos - e, para isso, estão dispostas a dar muito
do que possuem, em conhecimento e trabalho. Mas a missão da rede
também tem que estar inscrita nos objetivos de cada pessoa e
organização membro, se não, as demandas do dia-a-dia se sobrepõem
às necessidades da rede.
4. Criar produtos e eventos: a simples troca de informações, por site,
e-mail ou e-group, não é suficiente para armar uma rede social. As
tecnologias de informação e comunicação são meio, não fim. Há
exceções - por exemplo, o processo de produção do sistema operacional
Linux, em que o fim (um software de informação e comunicação) se
confunde com o meio (uma plataforma de relacionamento). Outro
campo em que a relação virtual por si só produz resultados é a
academia, a universidade, cujo trabalho é a produção e disseminação de
conhecimento. Mas redes sociais envolvem prática. A transformação
social implica ação, além de reflexão. As redes sociais armam de fato
quando se instaura um processo de produção coletiva, em que todos se
reconhecem como autores em produtos e eventos.
5. Investir em lideranças: há sempre elos e conjuntos de elos muito
mais conectados do que outros. Esses nós e grupos de afinidade têm
um poder de multiplicação de idéias e práticas muito maior do que
unidades com poucas conexões. Além disso, alguns elos da rede
reúnem competências, habilidades e conhecimentos que não estão
presentes nos outros. Redes sociais com um centro muito carregado,
responsável pelo conjunto das atividades, tendem a ter menos
sustentabilidade do que outras em que as funções estão distribuídas de
acordo com as competências e lideranças de suas partes. É necessário
identificar e fortalecer esses nós e promover grupos de afinidade. Em
geral, é preciso também ter alguém que assuma o papel de "líder chato",
que mantenha o cronograma de ações e cobre de cada parte seus
compromissos. Por isso, é favorável ter uma secretaria executiva ou
estrutura semelhante - sem, no entanto, concentrar nela todas as
atividades e funções da rede.
6. Sistematizar conhecimentos: a memória de uma rede tem que ser
planejada. O tempo e a rotatividade de pessoas em uma rede são
sempre uma ameaça de "amnésia sistêmica". Novos membros numa
rede tendem a diluir os princípios e valores, se não houver mecanismos
de transmissão dos conhecimentos acumulados. Sem isso, há também o
risco da rede ter que se reinventar periodicamente. Assim, toda rede
precisa sistematizar suas aprendizagens, o que implica não só produzir
materiais escritos, como manter processos estruturados de oferta
desses conhecimentos - manuais, cursos, tutoria por pares etc.
7. Aprender fazendo: por mais que existam princípios comuns, cada
rede é uma rede, as relações e os objetivos são únicos, é sempre uma
nova aprendizagem. Nenhuma rede está nunca completa, pois vive
sempre em mutação. Redes são orgânicas, alcançam tanto sucesso no
mundo dos negócios porque se adaptam às mudanças do ambiente,
além de reunir num coletivo diversas competências, habilidades e
conhecimentos. Cada rede tem uma cultura, seus princípios e valores.
Para construir esse tipo de identidade é necessário se arriscar a
aprender fazendo.
Perspectiva de fomento ao Desenvolvimento Local
• Articulações: criar as condições, para os grupos locais, de
consolidar e operar adequadamente processos de articulação e
parcerias multiinstitucionais representa um importantíssimo
passo.

Programas de indução ao desenvolvimento, de orientação vertical,
com imposição de regras e condutas de cima para baixo, estão
fadados ao insucesso.
Desenvolvimento é desenvolvimento HUMANO
SOCIAL Desenvolvimento é SUSTENTÁVEL
Desenvolvimento Sustentável: é um modelo econômico, político,
social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades
das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazer suas próprias necessidades.
• Busca a melhoria da qualidade de vida da população e do planeta
como um todo;
• eqüidade na distribuição de renda e de diminuição das diferenças
sociais, com participação e organização popular;
• erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos
humanos e integração social;
• redução dos impactos ambientais, da produção de resíduos
tóxicos e da poluição;
• equilíbrio de ecossistemas, conservação dos recursos, utilização
de tecnologias limpas, renováveis e de maior eficiência;
• respeito aos diferentes valores entre os povos e incentivo a
processos de mudança que acolham as especificidades locais;
• equilíbrio entre o rural e o urbano, equilíbrio de migrações,
desconcentração das metrópoles, industrialização descentralizada
e maior acesso à ciência e tecnologia;
• construção da cidadania, eficiência das instituições públicas e
descentralização da gestão de recursos.
Redes e Desenvolvimento: podemos considerar que um processo de
desenvolvimento sustentável no longo prazo requer horizontalidade no
processo e empoderamento dos atores responsáveis por conduzi-lo.
O que faz da organização de rede uma REDE é seu modo de
funcionamento.
“Pensar globalmente e agir localmente”
• Descobrir ou despertar as vocações locais
• Capacitar atores sociais
• Desenvolver as potencialidades específicas locais
• Fomentar o intercâmbio externo
• Atendimentos às necessidades imediatas e ao longo do tempo.
Complexo Cooperativo - Modelo: é uma concentração local de
empreendimentos econômicos solidários que atuam em estreita
cooperação entre si, segundo os princípios da economia solidária e
articulados ao desenvolvimento local, o que garante a sua
sustentabilidade, autonomia e capacidade de inovações endógenas.Estes
complexos podem ser compostos por: empreendimentos produtivos,
empreendimentos de serviços, instituições de consumo coletivo
(cooperativa de consumo), serviços de comercialização, programas de
formação, programas de educação ambiental e serviços de assessoria
gerencial. A sua gestão deve ser controlada socialmente através da
criação de conselhos ou fóruns com a participação dos
empreendimentos e atores sociais locais, principalmente representações
da comunidade.A construção dos Complexos Cooperativos é um
processo gradual que passa pelo desenvolvimento das fases de
diagnóstico, articulação institucional e implementação e devem estar
articulados a um processo de mobilização social para estruturar a
economia e a comunidade local.
Ações Estratégicas – Atuação CATALISA:
• Potencialização da sociedade civil - Cidadania/Comunidade
• Fomento ao empreendedorismo popular solidário
• Qualificação social e profissional
• Gestão de grupos
• Práticas sustentáveis – Permacultura
• Capacitação Técnica em Recursos Hídricos

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